Países africanos pedem “dinheiro” e “conhecimentos” contra mudança climática
Cairo, 4 mar (EFE).- Os países da África pediram nesta quarta-feira à comunidade internacional mais financiamento e “a exportação de conhecimentos” para enfrentar a mudança climática e apostar no desenvolvimento do meio ambiente no continente.
Na entrevista coletiva inaugural da 15ª Conferência Ministerial sobre o Meio Ambiente, realizada no Cairo, o ministro egípcio desta pasta, Khaled Mohamed Fahmy Abdel Aal, explicou que a África “tem muitos recursos naturais e humanos”, mas que o problema durante “os últimos 30 anos” foi à falta de capacitações e conhecimentos para expandi-los.
Ele exigiu “mais políticas e cooperação” entre os países do seu continente, enquanto se buscam vias para “obter dinheiro” e transferir à África as novas tecnologias que permitem enfrentar a mudança climática atual.
“É um velho jogo com um novo nome”, acrescentou o ministro, em referência às dificuldades para obter se financiamento estrangeiro e conseguir as técnicas necessárias para o desenvolvimento do meio ambiente.
Khaled Mohamed Fahmy Abdel Aal apostou na redução das emissões de dióxido de carbono através da “transição rumo a uma economia verde” e advertiu que os custos de adaptação à mudança climática dos países da África poderiam alcançar os US$ 50 bilhões por ano até 2050.
O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Achim Steiner, pediu aos ministros africanos para “ocuparem-se do assunto” porque seus governos devem entender “os perigos” da poluição e da mudança climática.
“A África deve pedir à ajuda que necessita à comunidade internacional e o mundo deve reagir”, advertiu.
Em comunicado apresentado hoje, o Pnud garantiu que o continente africano é o local onde se espera a mudança climática apareça mais rapidamente, por isso alertou que devem ser tomadas medidas e usados mecanismos para uma adaptação “de caráter urgente”.
A conferência, realizada na capital egípcia, seguirá até sexta-feira com a participação de 54 países africanos através de 300 ministros, especialistas, empresários e representantes da sociedade civil. EFE
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