Aliado de Maia abre mão de candidatura à Presidência da Câmara

Deputado Marcelo Ramos (PL-AM) quer evitar conflito com seu partido, que apoia o nome de Arthur Lira, filiado ao PP

  • Por André Siqueira
  • 03/12/2020 11h51
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Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Ramos O deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) era cotado para suceder Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Presidência da Câmara

O deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) abriu mão de sua candidatura à Presidência da Câmara dos Deputados. Aliado do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Ramos integrava uma lista de pré-candidatos que contava com o apoio de Maia para sucedê-lo em fevereiro de 2021. Além do parlamentar do PL, são cotados os nomes de Baleia Rossi (MDB-SP), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Luciano Bivar (PSL-PE) e Elmar Nascimento (DEM-BA). Em mensagem enviada à Jovem Pan, Marcelo Ramos afirmou que “não era razoável brigar” com seu partido, o PL, que apoia o nome de Arthur Lira (PP-AL).

“Disse ao Rodrigo que não participaria mais daquele grupo de pré-candidatos dele, porque não era razoável brigar com meu partido por uma possibilidade. Sou um homem de partido e, na hora certa, farei um posicionamento oficial. Sigo conversando com meus colegas deputados e procurando construir um caminho de independência e harmonia entre os Poderes”, disse Marcelo Ramos à Jovem Pan.

Como a Jovem Pan revelou, a bancada do Progressistas (PP) na Câmara dos Deputados e o diretório nacional do partido oficializaram, em um jantar na terça-feira, 1º, o nome de Arthur Lira para a disputa na Casa. A reunião contou com a presença de cerca de 40 parlamentares, entre eles o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR) e o presidente nacional da legenda, senador Ciro Nogueira (PP-PI). O Progressistas também elaborou uma “carta à nação brasileira” se posicionando contra a possibilidade de reeleição no Congresso – o Supremo Tribunal Federal (STF) começará a analisar a ação do PTB, partido de Roberto Jefferson, sobre o tema nesta sexta-feira, 4. Segundo apurou a Jovem Pan, ao menos doze partidos assinaram o documento, entre eles o PT.

Um parlamentar do Centrão ouvido pela reportagem afirma que a elaboração da carta é um gesto para mostrar a Maia que, mesmo que o STF dê o aval para a sua reeleição, o pleito “não será fácil”. “Alguns parlamentares que apoiam uma eventual reeleição de Maia exigem, ao mesmo tempo, que ele abra mão disso para permitir a rotatividade de poder na Câmara”, diz. Por outro lado, aliados de Maia afirmam que o nome mais competitivo será aquele apoiado pelo atual presidente da Casa. Na avaliação deste grupo, os deputados se dividem, atualmente, em três blocos: Centrão, ligado a Arthur Lira, oposição, e “independentes”, formado por siglas como DEM, MDB, PSDB, Cidadania e Podemos, por exemplo. “Considerando que Lira é um aliado de Bolsonaro, não há chance da oposição se aliar ao Planalto. Por isso, o bloco de Maia ainda é maioria”, diz um interlocutor do presidente da Casa.

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