Reverendo chora, admite culpa em compra de vacinas e pede ‘desculpas ao Brasil’; veja como foi
Religioso admitiu que abriu as portas do Ministério da Saúde para Luiz Paulo Dominguetti, que apresentou ao governo uma oferta de 400 milhões de doses de vacinas que não existiam
Na volta dos trabalhos depois do recesso parlamentar, a CPI da Covid-19 ouve o reverendo Amilton Gomes de Paula, apontado por representantes da Davati Medical Supply como intermediador entre o governo do presidente Jair Bolsonaro e empresas que ofertavam vacinas. A sua oitiva estava inicialmente marcada para o dia 14 de julho, mas foi adiada porque o religioso apresentou um atestado médico alegando problemas renais, o que foi confirmado por uma junta médica da Casa. Amilton vai ao Senado amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a decisão, o reverendo poderá ficar em silêncio em questionamentos que possam incriminá-lo – vale destacar que o próprio presidente da Corte decidiu que a comissão tem a prerrogativa de avaliar se o depoente abusa do direito. A convocação de Amilton Gomes atende a um pedido do vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O requerimento de convocação do líder da Secretaria de Assuntos Humanitários (Senah) foi apresentado depois de uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, mostrar e-mails nos quais o então diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Laurício Cruz, autorizava Gomes de Paula a comprar 400 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus – Laurício foi exonerado do cargo. Além do depoimento, está prevista a votação de mais de 130 requerimentos de informações, convocações e quebras de sigilo. Confira a cobertura ao vivo da Jovem Pan:
18:46 – Sessão é encerrada
Depoimento de Amilton Gomes de Paula é finalizado após mais de sete horas. Nesta quarta-feira, a CPI da Covid-19 ouvirá o tenente-coronel Marcelo Blanco, ex-assessor do Ministério da Saúde. Ele participou do jantar, em um restaurante de Brasília, no qual teria ocorrido um pedido de propina para a compra de vacinas.
18:44 – ‘Às custas de muita dor e da morte de milhares de pessoas, muitos se aproveitaram tentando levar vantagem’, diz Simone Tebet
Líder da bancada feminina no Senado, Simone Tebet (MDB-MS), afirmou que o depoimento de Amilton Gomes de Paula “não convenceu”. “Nas idas e vindas de seu depoimento, me pareceu muito aquelas crianças que são pegas fazendo coisa errada. Primeiro negam. Depois, quando a coisa aperta, dizem ‘não fui eu, foi meu irmão’. Depois dizem que não sabiam que era errado e que não sabiam o que estava acontecendo. Ouvi 70% de seu depoimento, e, me desculpe, não me convenceu. No caso das intermediárias, está comprovado o mesmo modus operandi: às custas da dor e da morte de centena de milhares de pessoas, muitos se aproveitaram, achando que poderiam levar vantagem e pode se servir do dinheiro público. Estamos chegando a uma conclusão muito triste: o governo, além de ter negado as vacinas e ter cometido o crime de omissão dolosa, também teve pelo menos dois núcleos, três núcleos: o núcleo político, o militar e dos atravessadores”.
18:15 – Sem governistas no plenário, reverendo é inquirido por bancada feminina e vice-presidente da CPI
Após mais de seis horas de depoimento, há apenas quatro senadores no plenário. São eles: Leila Barros (PSB-DF), Eliziane Gama (Cidadania-MA), Soraya Thronicke (PSL-MS) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão. Pelo sistema remoto, estão presentes o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e a senadora Zenaide Maia (PROS-RN). Sem os governistas, o reverendo Amilton Gomes de Paula, que foi autorizado pelo Ministério da Saúde para negociar a compra de 400 milhões de doses de vacina da AstraZeneca, é questionado insistentemente sobre a relação da Senah, fundada pelo religioso, com a Davati Medical Supply.
17:58 – Reverendo diz que mentiu em mensagem enviada a Dominguetti
O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), suplente da comissão, foi mais um membro da CPI a questionar o reverendo sobre a mensagem enviada pelo religioso ao cabo da PM Luiz Paulo Dominguetti. Em uma conversa privada, Amilton diz que conversou “com quem manda”, em alusão ao presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar do PSDB, então, questionou, se o depoente mentiu a Dominguetti. “Sim, senhor”, respondeu – mais cedo, ele havia dito que era “uma bravata”. O tucano reagiu com poucas palavras: “Bem… É, presidente”.
17:43 – Depoente admite que mentiu à CPI
Pressionado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o reverendo Amilton Gomes de Paula admitiu que mentiu à CPI da Covid-19. Depois de afirmar, no início de seu depoimento, que não tinha conhecimento de nenhuma negociação com Estados e municípios, ele recua e diz que houve tratativas com prefeitos. Amparado por um habeas corpus, ele não pode ser preso.
17:14 – Presidente da CPI cita salmo bíblico para advertir mentira do depoente
Omar Aziz (PSD-AM) cita um salmo bíblico para dizer que o reverendo Amilton Gomes de Paula está mentindo na comissão. Diz o Salmo 101, versículo sete: “Quem pratica a fraude não habitará no meu santuário; o mentiroso não permanecerá na minha presença”. Mais uma vez, o religioso foi questionado se negociou vacinas com municípios. Ele afirmou ao relator, Renan Calheiros, no início da sessão, que não. Ao vice-presidente, Randolfe Rodrigues, endossou a versão. No entanto, há pouco, um site revelou que o religioso ofertando imunizantes a cidades do Estado do Acre. Amparado por um habeas corpus do STF, ele não pode ser preso.
16:59 – Protegido por habeas corpus, reverendo Amilton não pode ser preso
Para os senadores da CPI da Covid-19, o reverendo Amilton Gomes de Paula está mentindo sobre muitas questões. Apesar disso, ele não corre risco de ser preso, já que o religioso está amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal. O magistrado escreveu que o depoente tem o direito de “não sofrer ameaça ou constrangimento em razão do exercício do direito contra a autoincriminação, excluída possibilidade de ser submetida a qualquer medida privativa de liberdade ou restritiva de direitos em razão do exercício dessas prerrogativas constitucionais”.
16:52 – Reverendo encaminhou ao governo proposta de venda de vacinas da Janssen US$ 1 acima do ofertado pela Davati
Em e-mail enviado ao então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco Filho, no dia 15 de março, a Davati Medical Supply ofereceu 200 milhões de doses da vacina da Janssen à pasta, por US$ 1o cada uma. Nove dias depois, porém, o reverendo Amilton Gomes de Paula encaminhou à Saúde uma oferta com o valor de US$ 11. Na correspondência enviada pelo religioso, ele afirma que se tratava de um “assunto de emergência em saúde nacional” e, por isso, exigia um retorno “o mais breve possível”.
16:44 – ‘Não tem nada de humanitário nessa malandragem, o objetivo era financeiro’, diz Alessandro Vieira
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), suplente da CPI da Covid-19, subiu o tom contra o reverendo Amilton Gomes de Paula. O parlamentar disse que não há “nada verdadeiro” na versão apresentada pelo religioso, chamada por Vieira de “malandragem”. “Não tem nada de humanitário nessa malandragem. Nada. O objetivo era financeiro, escamoteado com o nome de doação. O senhor é um consultor que não tem um projeto apresentando. Um missionário que se apresenta como representante de várias instituições, mas nenhuma reconhece a sua participação. O mais absurdo não é estar aqui para inquirir uma figura como o senhor. O mais absurdo é o governo dar espaço para gente como o senhor, como o Dominguetti e o Cristiano Carvalho [representantes da Davati no Brasil]. Enquanto as pessoas estavam morrendo, vocês estavam atrás de vantagem financeira. Ao contrário do meu colega Marcos Rogério, não me comovo com as lágrimas. Com as suas, não. Com aquelas ali [aponta para placa com números de mortes], sim. Nada é verdadeiro. A oferta é mentirosa, a conversa fiada de apoio humanitário. Tudo atrás de dinheiro no pior momento da vida do Brasil. Se em algum momento o senhor teve na sua conduta o princípio cristão, já passou da hora do arrependimento. É hora de punição. O documento que o senhor encaminha ao Ministério da saúde é eivado de mentiras, do cabeçalho ao rodapé”, disse.
15:59 – Aziz: ‘Milagrosamente, a Davati adentrou ao Ministério da Saúde para vender 400 milhões de doses’
O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), perguntou sobre o que o reverendo se arrepende. “De ter estado nessa operação das vacinas”, respondeu. “A Pfizer manda 101 e-mails para o Ministério da Saúde, mas, em horas, as portas da pasta se abrem para o reverendo, uma coisa espantosa. O argumento do governo é que [não tem problema porque] não pagou. Não. Tripudiou da compra de vacinas. Abrem as portas para o reverendo em horas, mas deixam de responder mais de 100 e-mails que chegaram para o presidente, para o vice-presidente, para o Braga Netto, que tinha que estar aqui para explicar, porque comandou o comitê de crise da Covid-19. [O e-mail] Chegou na mão do Paulo Guedes, do ministro da Saúde. Mas, milagrosamente, a Davati consegue adentrar ao Ministério da Saúde para vender 400 milhões de doses. A Pfizer não conseguia, mandou carta para todo mundo e não conseguiu esse grande intento que o nosso reverendo aqui conseguiu. Essa era uma ajuda que não ia chegar nunca. A verdadeira ajuda estava lá, com Pfizer e Coronavac. O governo não quis atendê-los, mas atendeu o reverendo. É muito difícil acreditar nessa história”, disse Aziz.
15:45 – ‘Perjúrio, pastor. Perjúrio, pastor’, disse Omar Aziz
Enquanto o reverendo chorava por dizer que o que fez “não agradou os olhos de Deus”, o presidente da CPI da Covid-19, dizia, ao fundo: “Perjúrio, pastor. Perjúrio, pastor”.
15:43 – Marcos Rogério pergunta se reverendo está arrependido e depoente volta a chorar
O senador Marcos Rogério finalizou seu tempo de inquirição questionando se Amilton Gomes de Paula se arrependia do que fez. Chorando e engasgando enquanto respondia, o reverendo disse que abriu a porta de sua casa porque havia perdido um ente querido e queria “vacina para o Brasil”. “Tenho culpa, sim. Hoje, antes de vir aqui, dobrei os meus joelhos e chorei. Peço desculpas ao Brasil, o que eu cometi não agradou, primeiramente, os olhos de Deus. Peço perdão a todos os senadores e deputados”, afirmou.
15:37 – Depoente chora na CPI da Covid-19
Enquanto o senador Marcos Rogério (DEM-RO), governista, fala, o reverendo Amilton Gomes de Paula. “Eu estou numa dúvida cruel. Eu não sei se Vossa Senhoria foi enganado, ludibriado, ou se é parte de uma tríade de golpistas, porque eu defendo o governo, mas não defendo qualquer prática que passe perto de algumas suspeita de irregularidade. Não estou fazendo ilações, prefiro crer, até em nome da fé que lhe move, que Vossa Senhoria tenha sido vítima, tal qual foram vítimas outros servidores, pessoas de bem”, disse Rogério. O parlamentar afirma que Luiz Paulo Dominguetti e Cristiano Carvalho, que procuraram o religioso com a proposta para venda de vacinas, eram “trambiqueiros”. “Prefiro acreditar que o senhor seja uma vítima”, seguiu.
15:25 – Reverendo Amilton usou logo de homem que afirma ser o Super-Homem em documento apresentado pela Senah
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) afirmou que entidades como a Senah são usadas para práticas criminosas, como a falsidade ideológica, por exemplo. O parlamentar perguntou se o reverendo Amilton Gomes de Paula conhece Aldebaran Luiz Von Holleben, um advogado da cidade de Ponta Grossa, no Paraná – a resposta foi negativa. Aldebaran afirma ser “o Super-Homem tupiniquim” e pediu, inclusive, uma porcentagem comercial das vendas relacionadas ao super herói. Em um documento da entidade liderada pelo religioso, uma logomarca criada por Holleben foi inserida. Diante do caso apresentado pelo parlamentar, senadores riram no plenário da comissão. Prates, no entanto, advertiu: “Estamos diante de falsários e estelionatários”.
14:35 – ‘O seu ministério caiu em descrédito’, diz senadora a reverendo
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) foi mais uma a criticar as respostas evasivas do reverendo Amilton Gomes de Paula. Em mais de um momento, o religioso diz não se lembrar de informações – antes do intervalo, os integrantes da comissão disseram que ele estava mentindo para “proteger alguém”. “Está muito claro que o presidente [Bolsonaro] tenta essa relação entre governo e igreja. Isso não dá certo, é uma relação promíscua. Em nome de Deus se propaga o armamento, a perpetuação da doença. Em nome de Deus, ao invés de se buscar a vacina se obstruía a busca de vacinas. Não basta pegar uma Bíblia ou ir em uma igreja como presidente Bolsonaro faz. Ser imagem e a semelhança de Cristo não é isso. O seu ministério caiu em descrédito, mas preciso fazer esse registro em respeito aos evangélicos que representam 30% da população brasileira”, disse Gama.
14:20 – Depoimento é retomado
Fala, agora, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).
13:34 – Sessão é suspensa
Depoimento é suspenso por 30 minutos.
13:24 – ‘O senhor tem a missão de levar a palavra de Deus, como pode dizer que é um bravateiro?’, questiona Aziz
O presidente Omar Aziz (PSD-AM) fez um duro discurso para rebater uma declaração do reverendo Amilton. Há pouco, ele disse que fez “bravata” ao dizer, em uma mensagem a Luiz Paulo Dominguetti, que teria se encontrado “com quem manda”. “O senhor tem a missão de levar a palavra de Deus, como pode dizer que é bravateiro? Se o senhor não mudar seu depoimento, a partir de hoje, isso vai afetar a sua credibilidade junto ao seu rebanho. Quem vai lhe ver agora vai dizer ‘não sei se ele está sendo bravateiro ou não’. Vossa excelência está jogando fora todo o seu trabalho com duas respostas que tiram a sua credibilidade para falar qualquer coisa a partir de hoje. O senhor coloca o símbolo da ONU [em um documento]. Isso é bravata também? A ONU permitiu que colocasse esse símbolo? Repense o seu depoimento. O governo vai passar, mas a sua missão, não. Mas ela pode acabar hoje. Tem milhões de pessoas lhe vendo agora, pastor. Não estou querendo faltar com o respeito, muito menos desmenti-lo, mas faça um bem para o senhor, para quem lhe segue e quem acredita em sua palavra. A palavra de Deus não pode ser colocada por qualquer pessoa, muito menos por um bravateiro. Não jogue sua história como pastor. O senhor está protegendo alguém. Ninguém merece ser protegido em uma brincadeira que tirou a vida de 550 mil pessoas”, disse. “O senhor não é vítima aqui. A vítima são os que morreram, os sequelados. O senhor participou de um grande enredo da compra de 400 milhões de vacinas que nem no cinema dá para fazer”, acrescentou.
13:21 – Omar Aziz se irrita com interferência de advogado: ‘Não dá’
Depois de diversas interferências, o presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), se irritou com o advogado que acompanha o reverendo Amilton Gomes de Paula. “O senhor está dizendo para o depoente o que ele tem que responder. Aí não dá”, disse. Há pouco, o senador Humberto Costa (PT-PE) citou uma mensagem que teria sido trocada pelo religioso com Luiz Paulo Dominguetti, na qual Amilton diz que tinha falado “com quem manda”. O petista perguntou a quem se referiu. O depoente repetiu o que foi soprado por seu advogado: “Bravata, bravata”.
13:07 – E-mail enviado por reverendo foi ignorado mas reunião ocorreu da mesma forma
Em mais de uma ocasião, os senadores questionaram como o reverendo Amilton Gomes de Paula foi recebido pela cúpula do Ministério da Saúde. No dia 22 de fevereiro, ele enviou um e-mail à pasta, por volta das 12h30, solicitando agenda para tratar sobre a venda de vacinas. O pedido não foi respondido mas a reunião ocorreu mesmo assim, às 16h30 do mesmo dia. O religioso afirma que não tem relação com nenhum integrante do governo. Presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), reagiu: “Isso daí não cola. Isso não está no script de ministério nenhum. Só se a pessoa tiver livre acesso a hora que quiser, mas o senhor diz que não tem relação”. “É muito furada essa história”, acrescentou Aziz.
13:02 – Advogado ‘sopra’ respostas para o depoente
O advogado que acompanha o reverendo Amilton Gomes de Paula “sopra” as respostas no ouvido do depoente em vários momentos. Em algumas perguntas, o religioso espera uma sinalização de seu representante para responder aos questionamentos.
12:59 – Reverendo diz que tem relacionamento republicano com parlamentares e, na sequência, nega que tenha relação com parlamentares
Há pouco, o reverendo Amilton teve um diálogo, no mínimo, inusitado com o relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL). “Com quais parlamentares o senhor tem relacionamento?”, questionou o emedebista. “Apenas relacionamento republicano”, respondeu. “Então, com quais parlamentares o senhor tem relação?”, insistiu Renan. “Não tenho relacionamento”, rebateu o religioso. “O senhor acabou de dizer que tem”, reagiu o relator, balançando a cabeça.
12:51 – Reverendo diz que tinha ‘interesse humanitário’ em vacinas e Contarato reage: ‘Mais de 550 mil pessoas pagaram com a vida’
Amilton Gomes de Paula disse que não tinha expectativa de quantas doses de vacinas a Senah receberia e ressaltou que tinha “interesse humanitário” nos imunizantes. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) reagiu, dizendo que a ONG estava interessada na doação. “Mais de 550 mil pessoas pagaram com a vida”, disse.
12:20 – ‘O senhor teve muita sorte, é um fenômeno’, diz Randolfe
O reverendo Amilton Gomes de Paula reafirma que não tinha nenhuma relação com integrantes do governo. Mesmo assim, ele foi recebido em um intervalo de quatro horas após mandar um e-mail para o Ministério da Saúde. O vice-presidente da CPI da Covid-19, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que o que espanta a comissão é que “farmacêuticas do mundo todo não tiveram esse tratamento”. “O senhor teve muita sorte, é um fenômeno”, prosseguiu.
12:10 – Reverendo cita reunião com Ministério da Saúde e Randolfe ironiza: ‘Queria essa eficiência com a Pfizer’
Aos senadores, o reverendo disse que enviou um e-mail ao Ministério da Saúde, às 12h do dia 22 de fevereiro, solicitando uma reunião, que ocorreu às 16h30 do mesmo dia, para tratar sobre a compra de vacinas. Vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ironizou: “Queria essa eficiência com a Pfizer”. A farmacêutica americana enviou 81 e-mails ao governo federal e não obteve resposta.
12:03 – Amilton: ‘Não negociei vacinas, indiquei alguém que teria essas vacinas’
O reverendo Amilton Gomes de Paula disse que não negociou vacinas com o governo Bolsonaro, apenas indicou “alguém que teria” esses imunizantes. “Eu não estava negociando vacinas. Eu estava indicando alguém que teria essas vacinas”, explicou. Ele admitiu, no entanto, que abriu as portas do Ministério da Saúde a Luiz Paulo Dominguetti, que dizia ter 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca à disposição da pasta. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) afirmou que a CPI da Covid-19 quer esclarecer como uma ONG com fins humanitários tem acesso à cúpula do Ministério da Saúde.
11:54 – ‘Fomos usados de forma odiosa para fins espúrios’, diz reverendo
Amilton Gomes de Paula terminou sua fala dizendo que a Secretaria de Assuntos Humanitários (Senah) foi usada “de forma odiosa para fins espúrios”. “Vimos nosso trabalho de 22 anos ser jogado na lama”, acrescentou.
11:48 – Amilton confirma que abriu portas do Ministério da Saúde ao cabo Dominguetti
O reverendo também usou sua fala inicial para confirmar que foi o responsável por abrir as portas do Ministério da Saúde ao cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti, que se apresentou como vendedor da Davati Medical Supply. A oferta ao governo era de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.
11:45 – Reverendo fala de si mesmo em terceira pessoa e senador pergunta: ‘Quem é o reverendo?’
Em sua exposição inicial, o reverendo Amilton Gomes de Paula passou a falar de si mesmo em terceira pessoa. Suplente da comissão, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) apresentou questão de ordem. “Quem é o reverendo?”, questionou.
11:32 – Reverendo Amilton Gomes de Paula é chamado ao plenário
Após quase duas horas de sessão, Amilton Gomes de Paula foi chamado ao plenário da CPI. Ele está amparado por habeas corpus concedido pelo presidente do STF, Luiz Fux. O reverendo poderá ficar em silêncio em perguntas que possam incriminá-lo.
11:24 – Requerimento de convocação de Braga Netto é retirado de pauta
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu à presidência da CPI da Covid-19 a retirada de pauta do requerimento de convocação do ministro da Defesa, Braga Netto. Vieira fez questão de destacar que o pedido não foi baseado apenas na reunião em que se discutiu a mudança da bula da cloroquina, mas porque o general do Exército, então ministro da Casa Civil, tinha inúmeras secretarias sob o seu guarda-chuva.
11:09 – Senadores aprovam quebras de sigilo do líder do governo e do deputado Luis Miranda
A CPI da Covid-19 também aprovou as quebras de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), e do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). O parlamentar do DEM e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, diretor de Importação do Ministério da Saúde, denunciaram irregularidades na compra da vacina Covaxin. Eles se reuniram o presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março para apresentar os indícios – Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal (PF) pelo suposto crime de prevaricação. À CPI, Luis Miranda também afirmou que o chefe do Executivo federal citou Barros como “dono do rolo” envolvendo a aquisição da do imunizante indiano.
11:03 – CPI aprova pedido de afastamento de Mayra Pinheiro
Os senadores aprovaram o pedido de afastamento de Mayra Pinheiro, a “capitã cloroquina”, do cargo de secretária de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde do Ministério da Saúde. Os integrantes da comissão avaliam que a servidora pode obstruir as investigações, se mantida no cargo. “Ela é responsável pela morte de muitos amazonenses, de muitas pessoas que conheço e conheci. Em vez de levar um tratamento digno ao povo do Amazonas, ela levou lá o tratamento precoce. Ta aí os vídeos aparecendo, mostrando como era tratada a doença”, disse o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM). O senador do PSD também citou um vídeo do treinamento feito por Mayra antes de seu depoimento na comissão – na gravação, ela pede que sejam elaboradas perguntas para ela repassar a “cinco senadores que jogam com ela”, em alusão à bancada governista da CPI. Leia a reportagem da Jovem Pan.
10:45 – Com uma hora de sessão, nenhum requerimento foi votado
A sessão desta terça-feira, 3, foi iniciada há aproximadamente uma hora. Até aqui, nenhum requerimento foi votado – foram incluídos na pauta 135 pedidos de informações, convocações e de quebras de sigilo. Além disso, os senadores vão ouvir o reverendo Amilton Gomes de Paula. Como não haverá sessão plenária do Senado, a audiência não precisará ser encerrada às 16h, conforme acordado pelos senadores.
10:25 – Omar Aziz critica reunião de Bolsonaro com parlamentar de extrema-direita: ‘Às escondidas se reúne com deputada nazista’
O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), subiu o tom contra o presidente Jair Bolsonaro. Durante o recesso parlamentar, o chefe do Executivo federal se reuniu com a deputada de extrema-direita da Alemanha, Beatrix von Storch, neta de Johann Ludwig Schwerin von Krosigk, que foi ministro das finanças de Adolf Hitler “Às escondidas, o presidente recebe uma deputada nazista, afrontando a Constituição brasileira, a nossa democracia, o Holocausto e o Exército brasileiro, que lutou contra o nazismo. Ele recebe às escondidas e ninguém abre a boca aqui para falar. Temos que respeitar o povo judeu. Vejo várias bandeiras de Israel nas manifestações do presidente Bolsonaro e ele, às escondidas, apunhala. Quando é para pedir ajuda, liga para o primeiro de Israel, mas se reúne com uma deputada nazista. Isso aí, este Congresso, o presidente do Congresso Nacional [Rodrigo Pacheco] não pode se calar. O presidente da Câmara [Arthur Lira] não pode se calar. Não podemos permitir isso. Nazismo, não. Nazismo, não”, disse.
09:58 – CPI da Covid-19 desiste de votar requerimento de quebra de sigilo da Jovem Pan
Depois da repercussão negativa, o pedido de quebra de sigilo bancário da Jovem Pan, de autoria dos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Humberto Costa (PT-PE), foi retirado da pauta. “Não cabe a nós quebrar sigilo de emissora de rádio e televisão ou coisa parecida. Não tem nada a ver com a CPI. Nosso comportamento, indiferente de posicionamento editorial, temos que dar liberdade à imprensa para se posicionar”, disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). Relator, Calheiros disse que pedido foi “um equívoco”. “Não sei de quem é a culpa, mas, de minha parte, nada que possa respingar na liberdade de expressão vai ter a minha aceitação. Esse foi um posicionamento histórico que sempre tive e essa é uma oportunidade para reafirmá-lo. Queria, sem saber de quem é a culpa, pedir desculpas pelo o que aconteceu. Não vamos concordar com esse tipo de coisa”, afirmou. Leia a reportagem completa da Jovem Pan.
09:49 – Sessão é iniciada
Presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), dá início aos trabalhos desta terça-feira, 3.
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