Lula diz que PAC é resultado da ‘maturidade política e construção coletiva’ com governadores
Presidente da República e o governador Tarcísio de Freitas participam de cerimônia pelos 132 anos do Porto de Santos e anúncio de novos investimentos na região
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participaram nesta sexta-feira, 2, da solenidade em comemoração aos 132 anos do Porto de Santos. Segundo dados do governo federal, considerado o maior do hemisfério sul e responsável por 30% da balança comercial do Brasil, o porto registrou, no mês de dezembro de 2023, movimentação recorde de 15,6 milhões de toneladas de cargas, crescimento de 29,1% em relação a dezembro de 2022. Com o resultado, o total desde janeiro do último ano foi de 173,3 milhões de toneladas.
Em discurso, o governador do Estado disse se sentir privilegiado em participar do “momento emblemático”. “Me sinto privilegiado de estar participando desse momento. Desse momento de presentes importantes, que nascem da parceria e tornam esse momento emblemático, talvez seja privilegiado”, disse Tarcísio, que também fez elogios ao presidente da República: “Muito obrigado pela parceria, presidente Lula”, completou o chefe estadual, em referência ao acordo entre o governo federal e São Paulo para as obras do túnel que liga liga Santos ao Guarujá — o primeiro túnel imerso da América Latina.
Na sequência, foi a vez de Lula devolver os elogios a Tarcísio. Entre outras coisas, o mandatário afirmou que o ato no Porto de Santos representa a restauração da governabilidade. “Esse ato representa que precisamos restaurar a governabilidade e restaurar a governabilidade representa respeitas as diferenças. (…) Democracia é respeito à diferença. Governei com Alckmin, governei com Serra e nunca, em nenhum momento, tratei São Paulo diferente porque não pertencia ao meu partido”, disparou Lula, que garantiu apoio ao Estado. “Tarcísio, você terá da Presidência tudo aquilo que for necessário, porque não estou beneficiando o governador, estou beneficiando o Estado mais importante da Federação”, exaltou Lula.
“Tudo que sou na vida devo a São Paulo e o governador merece ser tratado com respeito”, completou. Na sequência, como era esperado, Lula anunciou novos investimentos para a região, incluindo a criação de 12 institutos federais, e voltou a citar a aprovação da reforma tributária como exemplo do bom desempenho do ministro Fernando Haddad (PT) na Fazenda. “Pela primeira vez no regime democrático a gente conseguiu aprovar uma reforma tributária, aprovada pela Câmara e pelo Senado”, acrescentou.
Em outro momento, Luiz Inácio classificou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que vai integrar as obras em Santos, como o “resultado da maturidade política” do governo federal e dos governadores. “É resultado da construção coletiva de governadores, do governo federal que querem, pelo menos uma vez não estragar a oportunidade do Brasil se transformar em uma economia boa e próspera”, disse o presidente, voltando a se dirigir a Tarcísio: “Quero anunciar que estamos juntos. (…) Tenho que parabenizar e me preparar para derrotar você nas próximas eleições. Enquanto estivermos governando, vamos trabalhar. Da minha parte, não faltará um minuto de respeito por você. Eu e o Alckmin brigamos tanto e agora estamos como? Casadinhos”, concluiu, aos risos.
Esse foi o segundo encontro do chefe do Executivo federal com o governador do Estado paulista na semana. Na última terça-feira, 30, os líderes políticos se reuniram justamente para discutir a parceria do governo federal e da gestão estadual para as obras do túnel Santos-Guarujá. Para a obra serão investidos R$ 5,8 bilhões, com 860 metros entre as margens (incluindo embocaduras) e o túnel ficará imerso sob o fundo do canal a uma profundidade de 21 metros. O empreendimento está incluído entre as obras do Novo PAC e será resultado de uma parceria público-privada (PPP).
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