Após invasão da Rússia à Ucrânia, Brasil se manifesta pela ‘suspensão imediata das hostilidades’

Itamaraty disse acompanhar com ‘grave preocupação’ a investida russa sobre o território ucraniano; presidente Jair Bolsonaro ainda não se manifestou

  • Por Jovem Pan
  • 24/02/2022 11h35 - Atualizado em 24/02/2022 11h52
  • BlueSky
Anatolii STEPANOV / AFP Militares ucranianos se preparam para repelir um ataque na região de Lugansk, na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022 Vladimir Putin autorizou na madrugada desta quinta-feira uma operação militar na Ucrânia

O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota na manhã desta quinta-feira, 24, solicitando a “suspensão imediata das hostilidades” entre Rússia e Ucrânia. A declaração vem após o presidente russo, Vladimir Putin, autorizar uma operação militar no país vizinho. “Tomei a decisão por uma operação militar”, declarou Putin em uma mensagem inesperada, transmitida pela televisão, pouco antes da meia-noite no horário de Brasília. O mandatário afirmou que irá retaliar outros países que tentarem interferir na operação e que a intenção não é ocupar todo o território da Ucrânia, e sim as áreas controladas por rebeldes. Na última segunda, 22, a Rússia reconheceu as independências das repúblicas de Donetsk e Luhansk, internacionalmente reconhecidas como pertencentes à Ucrânia. O Itamaraty disse acompanhar com “grave preocupação” a investida russa.

“Governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia”, disse em nota. “O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil”, continuou. “Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias”, finalizou a nota.

O Brasil acabou se tornando um personagem da crise diplomática após visita do presidente Jair Bolsonaro ao seu homólogo russo. Desde o início, o chefe do Executivo reforçou que o encontro não tinha objetivos políticos, mas, sim, comerciais. A visita, no entanto, não foi vista com bons olhos pelos Estados Unidos, que criticou a fala de Bolsonaro ao se dizer solidário à Rússia. Segundo o Departamento de Estado norte-americano, a fala do presidente “não poderia ter sido pior”. O mandatário brasileiro ainda não se manifestou sobre a ofensiva russa. O vice-presidente Hamilton Mourão se posicionou contra a decisão de Putin de invadir a Ucrânia. “O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade”, afirmou o general à imprensa.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.