Apresentação do plano de trabalho da CPMI do 8 de Janeiro é marcada por bate-boca

Parlamentares de oposição questionaram isenção da relatora da comissão, senadora Eliziane Gama, que é próxima ao ministro Flávio Dino

  • Por Brasília
  • 06/06/2023 12h20 - Atualizado em 06/06/2023 12h23
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FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO CPMI do 8 de Janeiro no Senado Federal em Brasília (DF), nesta terça-feira Senadores e deputados federais acompanham a sessão da CPMI do 8 de Janeiro

A CPMI do 8 de Janeiro discute o plano de trabalho apresentado ao colegiado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) em sessão nesta terça-feira, 6. O senador Marcos Do Val (Podemos-ES) apontou a amizade de Eliziane Gama com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e questionou a parcialidade da relatora, sugerindo que ela fosse retirada da relatoria e substituída por outra parlamentar mulher. O senador Magno Malta (PL-ES) pediu a aprovação do plano de trabalho, mas não os seus anexos, que inclui a convocação de quase 40 pessoas, como Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) também fez críticas. “O plano de trabalho está incompleto e ainda apresenta um viés parcial e direcionado”, disse, dirigindo-se a Eliziane Gama. Já a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) pediu respeito à relatora — sobretudo por parte de Do Val — e a parabenizou pelo documento apresentado. “Nós precisamos repudiar a esse tipo de intervenção, porque se formos olhar a composição da CPMI, talvez metade dela não pudesse estar aqui”, disse a deputada.

O plano de trabalho apresentado ao colegiado apresentou as linhas gerais da investigação, que inclui a identificação dos mentores intelectuais das manifestações, o planejamento e a atuação dos órgãos de segurança da União e do Distrito Federal naquele dia, os acampamentos no Quartel-General do Exército, a relação do tenente-coronel Mauro Cid com envolvidos nos atos e a atuação de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, tanto nos ataques de depredação dos órgãos públicos como sua relação com Silvinei Vasques, então diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no segundo turno das eleições.

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