Bolsonaristas fazem campanha contra Renan Calheiros na relatoria da CPI da Covid-19
Deputados contestam o fato do emedebista ser pai do governador do Estado de Alagoas, Renan Filho; ‘Hoje é o dia explodir a tag #RenanSuspeito’, escreveu Carla Zambelli (PSL-SP)
Apesar do acordo formalizado entre a maioria dos integrantes da CPI da Covid-19, parlamentares bolsonaristas estão fazendo campanha nas redes sociais contra a escolha do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria da comissão – as indicações serão oficializadas na primeira sessão da CPI, prevista para ocorrer na quinta-feira, 22. Em seu perfil no Twitter, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) pediu a seus seguidores que cobrassem os demais integrantes do colegiado com a hashtag #RenanSuspeito. “Quer ajudar o país? Hoje é o dia explodir a tag #RenanSuspeito. Comente nas postagens dos senadores da CPI”, diz a publicação de Zambelli. Crítico ferrenho da condução do governo do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia do novo coronavírus, o emedebista é visto como um opositor do Palácio do Planalto, que trabalhou para evitar que ex-presidente do Senado ocupasse um posto na cúpula da CPI.
Publicação semelhante foi feita pelo deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP), outro integrante da tropa de choque bolsonarista no Legislativo. “Pela coerência. Vamos subir a hastag #RenanSuspeito”, escreveu. Ex-ministro do Turismo, o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) afirmou que entrará com uma ação questionando o “conflito de interesses” na indicação de Calheiros. “O princípio da suspeição do juízo é clara: Renan Calheiros não pode ser relator da CPI da Covid-19. Tendo em vista que é pai de um Governador, também, objeto de investigação da CPI. Considerando que a CPI em tese é um juízo investigativo, é oportuno atribuir o princípio da suspeição do juízo para coibir que a relatoria seja dada ao Sen. Renan Calheiros. Entrarei com uma ação por meio nosso mandato parlamentar, questionando este conflito de interesses”, disse em uma sequência de três tuítes – o emedebista é pai do governador do Estado de Alagoas, Renan Filho (MDB). Como a Jovem Pan mostrou, não serão investigadas as gestões de prefeitos e governadores, mas sim o repasse de verbas da União a Estados e municípios – o regimento interno do Senado é claro ao dizer, no artigo 146, que “não se admitirá comissão parlamentar de inquérito sobre matérias pertinentes: à Câmara dos Deputados; às atribuições do Poder Judiciário; aos Estados”.
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