Bolsonaro admite que proposta do voto impresso será barrada na Câmara se não houver acordo

Presidente afirma que o ministro Luis Roberto Barroso ‘apavorou’ os parlamentares e exigiu, durante reuniões, que a PEC não fosse aprovada

  • Por Jovem Pan
  • 09/08/2021 12h04 - Atualizado em 09/08/2021 19h07
DOUGLAS ABREU/ISHOOT/ESTADÃO CONTEÚDO ISH20210806055 - 06/08/2021 O presidente Jair Bolsonaro falando O presidente Jair Bolsonaro votou a citar a suposta fraude nas eleições de 2018

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu nesta segunda-feira, 9, a possibilidade da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso ser barrada na Câmara dos Deputados. A PEC será levada à plenário pelo presidente da Câmara dos DeputadosArthur Lira (PP-AL), mesmo após o relatório ter sido rejeitado por 23 votos a 11 pela comissão especial que analisa o tema. Durante entrevista à rádio Brado, da Bahia, o presidente culpou o ministro Luís Roberto Barroso pela possível derrota do texto. “[O Arthur Lira] vai [chamar para plenário], mas se não tiver uma negociação antes, um acordo, vai ser derrotada a proposta porque o ministro Barroso apavorou alguns parlamentares. E tem parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, deve no Supremo. Então o Barroso apavorou, ele foi para dentro do parlamento fazer reunião com lideranças e praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso”, afirmou Bolsonaro ao lado do ministro da Cidadania, João Roma.

“Deixo bem claro que em três outros momentos na história nós aprovamos o voto impresso em Brasília. A última votação foi em 2017, mas depois o Supremo, sempre o Supremo, disse que é inconstitucional”, apontou o presidente. Durante a entrevista, Bolsonaro voltou a falar do suposto hacker infiltrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Essa pessoa foi para lá, manipulou números e o que se chega, agora fica a suposição, que tinham acertado que esse hacker desviaria 12 milhões de votos meus. Como eu tive muito voto, não foi o suficiente”, alega o presidente. “Os hacker não foram pagos, porque quem contratou, é uma suposição, deixar bem claro, não conseguiu eleger o ‘poste’ por ocasião das eleições de 2018”, disse Bolsonaro, que acusa o TSE de ter apagado os rastros dessa invasão.

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