Bolsonaro diz que Petrobras anunciará novo reajuste em 20 dias: ‘Não pode acontecer’

Presidente voltou a defender a privatização da estatal e disse que o maior vilão do preço final elevado dos combustíveis é o ICMS, sob responsabilidade dos estados

  • Por Jovem Pan
  • 01/11/2021 12h14 - Atualizado em 01/11/2021 12h45
Foto: Alan Santos/PR Bolsonaro na Itália Presidente Jair Bolsonaro está em Roma, na Itália, para encontro do G20

Nesta segunda-feira, 1º de novembro, antes do seu pronunciamento oficial na COP26, por vídeo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) concedeu uma entrevista coletiva a jornalistas. Ele disse que a prioridade do Brasil neste momento é o preço dos combustíveis e disse que a Petrobras deverá anunciar um novo aumento em breve. “A Petrobras já anuncia, eu sei extraoficialmente, novo reajuste daqui a 20 dias. Isso não pode acontecer. A gente não aguenta, porque o preço do combustível está atrelado à inflação. Você falou em inflação, você perde o poder aquisitivo. E a população não está com uma salário preservado ao longo dos últimos anos. Os mais pobres sofrem. No tocante ao rendimento que a Petrobras dá ao governo federal, não me interessa esse recurso (…), nós queremos é que isso seja revertido diretamente na diminuição do preço do diesel, na ponta da linha”, afirmou Bolsonaro.

O presidente ainda comentou sobre a sua vontade de privatizar a estatal e disse que vem conversando com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o assunto. Ele ainda culpou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e os estados pela alta dos combustíveis. “Nesta semana, vai ser um jogo pesado com a Petrobras, porque eu indico o presidente, tem que passar pelo Conselho, não é só minha indicação. E tudo de ruim que acontece lá cai no meu colo. O que é bom não cai. O ideal, falei com o Paulo Guedes, é nós partirmos para privatizar a Petrobras. Agora isso não é botar na prateleira hoje e vender amanhã. Esse processo vai durar mais de ano”, opinou. “Não quero falar agora, mas vi muito rapidamente o lucro da Petrobras. Ela é, em parte, uma estatal e monopolista. A política não deve ser essa. Se bem que o vilão do preço do combustível é o ICMS, que incide em cima do preço final, na bomba, e não na origem, que seria na refinaria ou na usina. O ICMS é bitributado, em cima inclusive do PIS/Cofins. O que eu fiz quando assumi em janeiro de 2019? Eu congelei, de fato, os valores nominais dos impostos federais da gasolina, do álcool e do diesel. Coisa que os governadores não fizeram. O deles é um percentual em cima do preço final na bomba. O que o governo federal arrecadava por litro de combustível em 2019 é exatamente o mesmo valor de agora, enquanto os governadores quase dobraram. Governador está com dinheiro sobrando. Eu quero que sobre dinheiro, mas não às custas do povo”, pontuou o presidente.

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