Bolsonaro tem até agosto para apresentar ao TSE provas de fraudes em eleições de 2018

Inicialmente, presidente deveria explicar as acusações à Justiça até 7 de julho; em nota, órgão esclareceu que prazo foi estendido devido ao recesso de julho

  • Por Giullia Chechia Mazza
  • 06/07/2021 16h13 - Atualizado em 06/07/2021 17h16
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO O presidente da república, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto No início do mês, Bolsonaro voltou a defender a adoção do voto impresso afirmando que há fraudes nas eleições via urnas eletrônicas

Devido ao recesso em julho, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) terá mais tempo para se manifestar à Justiça sobre as declarações que deu afirmando supostas fraudes eleitorais no pleito de 2018. Inicialmente, as provas que sustentam suas denúncias deveriam ser apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o dia 7 de julho. No entanto, o recesso permitiu que o chefe do Executivo explique as acusações até agosto. Em nota enviada à Jovem Pan nesta terça-feira, 6, o TSE esclareceu a prorrogação do prazo.

“Informamos que o Presidente da República foi notificado em 22 de junho. Desta forma, o prazo venceria em 7 de julho. Entretanto, seguindo a portaria que estabelece o recesso forense no mês de julho, os prazos processuais foram suspensos e voltam a contar em agosto”, registrou o órgão. O parecer do presidente é cobrado pelo TSE uma vez que, desde 2018, ele afirma que ocorreram fraudes nas eleições — mas nunca apresentou provas disso. Em 21 de junho, uma decisão firmada pelo corregedor do TSE, o ministro Luís Felipe Salomão, determinou que Bolsonaro e demais autoridades apresentem as evidências que comprovem as acusações de fraudes nas urnas eletrônicas. Além disso, Salomão instaurou um procedimento administrativo para investigar a existência de elementos concretos que apontem para o comprometimento das eleições de 2018.

No início do mês, Bolsonaro voltou a defender a adoção do voto impresso afirmando que há fraudes nas eleições via urnas eletrônicas. “Há uma articulação de três ministros do Supremo para não ter o voto auditável no Brasil. Se a medida não ocorrer, eles terão que apresentar outra forma de promovermos eleições limpas em 2022 — caso contrário, enfrentaremos problemas. Com o voto auditável, estou me antecipando a problemas para, no ano que vem, ter a certeza de que será eleito quem o povo votar. Como está aí, a fraude está escancarada“, disse em conversa com apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada, em Brasília, no dia 1º de julho.

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