Candidatos à Prefeitura de São Paulo questionam vitória de Maduro na Venezuela

Ricardo Nunes, Tabata Amaral e Kim Kataguiri falaram em fraude, enquanto Datena disse que o presidente venezuelano é ameaça para a democracia na América do Sul; Guilherme Boulos disse que aguardará o Itamaraty

  • Por Jovem Pan
  • 29/07/2024 15h51 - Atualizado em 29/07/2024 15h54
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Ronald Peña R./EFE O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (esq.), e o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, seguram o documento de posse do presidente eleito O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Elvis Amoroso, seguram o documento de posse

Os candidatos e pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo se manifestaram nesta segunda-feira (29) sobre o anúncio da vitória do presidente Nicolás Maduro nas recentes eleições da Venezuela — a maioria deles em tom crítico. O atual prefeito e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), classificou o resultado das como tendo “fortes indícios de fraude”. Nunes afirmou que “um democrata não pode reconhecer o resultado” e manifestou sua solidariedade aos venezuelanos que buscaram refúgio no Brasil devido à ditadura de Maduro. O prefeito também pediu que o Brasil não se torne cúmplice de regimes autoritários. Tabata Amaral (PSB) também criticou o processo eleitoral na Venezuela, apontando para o que considera serem sinais claros de fraude. Em suas redes sociais, a deputada federal mencionou a intimidação de opositores, dificuldades no processo de votação e a falta de transparência na divulgação dos resultados como evidências de irregularidades.

O candidato do PSDB, José Luiz Datena, considerou o resultado “inaceitável” e descreveu Maduro como uma ameaça à democracia na América do Sul. O tucano fez um apelo para que o governo brasileiro tome uma postura firme. Marina Helena, candidata do Novo, criticou Maduro por usar as Forças Armadas para intimidar a população, enquanto Kim Kataguiri, pré-candidato do União Brasil, acusou o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela de “roubar” as eleições, citando discrepâncias entre as parciais e o resultado final anunciado. Pablo Marçal, pré-candidato do PRTB, publicou vídeos em suas redes sociais com denúncias sobre a eleição, mas não fez uma declaração pública.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) adotou uma abordagem mais cautelosa, declarando que acompanha a situação com “preocupação”. Boulos disse, em nota, que aguardará a posição oficial da diplomacia brasileira, que está monitorando a situação e solicitou a divulgação completa dos dados eleitorais pela Venezuela. Com 80% das urnas apuradas, Nicolás Maduro foi declarado vencedor com 51,2% dos votos, enquanto o principal candidato da oposição, Edmundo González, obteve 44,2%. A declaração oficial do resultado ocorreu por volta da 1h desta segunda-feira (29), no horário de Brasília. Desde então não houve atualização adicional por parte do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela.

O assessor especial Celso Amorim, designado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para observar as eleições na Venezuela, declarou que o governo brasileiro aguarda informações adicionais antes de se manifestar sobre os resultados apresentados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Ele ressaltou que a falta de clareza nos dados é uma preocupação e que o Brasil espera receber as atas que fundamentam os números divulgados. A oposição, no entanto, contesta os números apresentados, afirmando que não teve acesso completo às atas de votação e defendendo que González é o verdadeiro vencedor da disputa.

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Além disso, representantes dos Estados Unidos e de diversas nações da América e da Europa solicitaram a divulgação integral das atas de votação, reforçando a demanda por maior transparência no processo eleitoral. A situação gerou um clima de tensão, com a oposição insistindo na necessidade de uma apuração mais clara e acessível. Amorim permanecerá na Venezuela até amanhã, onde continuará suas conversas sobre o processo eleitoral. Até o momento, não há previsão de um contato direto entre Lula e Maduro, o que pode indicar uma cautela por parte do governo brasileiro em relação à situação política no país vizinho.

Confira as manifestações

Publicada por Felipe Cerqueira

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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