Com acordo encaminhado em SP, presidente do PSB cobra apoio do PT no Rio: ‘Fizemos todas as concessões’

Carlos Siqueira pede que petistas retribuam gestos feitos por sua sigla ao longo dos últimos meses e diz que candidaturas de Marcelo Freixo ao governo e de Alessandro Molon ao Senado são inegociáveis

  • Por André Siqueira
  • 06/07/2022 08h38
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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Homem com a mão erguida durante evento Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, defende apoio do PT às candidaturas de Freixo e Molon no Rio

Em meio ao racha do PSB no Rio de Janeiro, o presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, cobra apoio e respaldo do PT às candidaturas da legenda no território fluminense. O apelo ocorre no momento em que dois dos principais nomes do partido no Estado trocam farpas sobre a definição das chapas para as eleições estaduais. Pré-candidato ao governo do Rio, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) cobrou abertamente que seu correligionário e companheiro de Câmara dos Deputados, Alessandro Molon (PSB-RJ), desista de concorrer ao Senado para garantir apoio do PT. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoia a postulação de Freixo e os petistas reivindicam que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT) fique com a vaga para o Legislativo.

“Temos dois candidatos no Rio: Freixo e Molon. O Rio de Janeiro é um Estado importantíssimo para nós. Merecemos um tratamento melhor do PT. Fizemos todas as concessões em outros Estados. O PT precisa dar respaldo às candidaturas do PSB”, disse Carlos Siqueira à Jovem Pan. Apesar da manifestação do dirigente, os petistas consideram impossível, ao menos neste momento, que o PSB fique com as candidaturas ao governo do Rio e ao Senado. Questionado sobre o impasse, Siqueira rebateu: “É inaceitável que o PT não aceite”. Molon e a cúpula do PSB se apoiam nas pesquisas de intenção de voto para defender a candidatura da sigla ao Senado. Levantamento Real Time Big Data divulgado no dia 29 de junho apontou um empate técnico do pessebista com o senador Romário (PL), filiado ao partido do presidente Jair Bolsonaro. O ex-jogador de futebol tem 19%, ante 14% do deputado federal – a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Diante da insistência dos pessebistas, uma ala ameaça deixar a chapa e se aliar ao candidato do PDT ao Palácio Guanabara, Rodrigo Neves. Um grupo de petistas declarou apoio ao pedetista na noite da segunda-feira, 4. “Estou com Lula desde os 14 anos de idade. Sou vice-presidente nacional do PT. Não estou aqui só pelo Rodrigo Neves, embora bastasse estar aqui só por ele. Mas estou aqui também por causa do Lula. É preciso fazer conta: a esquerda classe média Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro tem historicamente 20% a 25% dos votos no Rio de Janeiro, enquanto o fascismo no Brasil, desde Plínio Salgado, tem entre 15% e 20% do eleitorado no Rio de Janeiro. Não podemos isolar o Lula em apenas 25% do eleitorado do Rio de Janeiro, precisamos fazer o contrário: isolar o Bolsonaro em apenas 20% do eleitorado”, disse o vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, no evento.

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