CPI da Covid-19 aprova acareação entre Onyx Lorenzoni e Luis Miranda

Eles ficarão frente a frente na quarta-feira, 18; senadores querem esclarecer contradições sobre as invoices enviadas pela Precisa Medicamentos para liberar importação das vacinas da Covaxin

  • Por Jovem Pan
  • 11/08/2021 16h09 - Atualizado em 11/08/2021 17h44
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Deputado federal Luis Miranda durante depoimento na CPI da Covid-19 Luis Miranda e seu irmão, Luis Ricardo, procuraram o presidente Jair Bolsonaro para denunciar irregularidades na compra da Covaxin

A CPI da Covid-19 aprovou em votação simbólica, na tarde desta quarta-feira, 11, a acareação entre o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Eles ficarão frente a frente na quarta-feira, 18. O pedido foi apresentado pelo vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Os membros da comissão querem esclarecer as contradições nas declarações do parlamentar e do auxiliar do presidente Jair Bolsonaro em relação às invoices (notas fiscais internacionais) apresentadas pela Precisa Medicamentos no processo de compra das 20 milhões de doses da vacina Covaxin.

Miranda afirma que foram enviadas três versões do documento, a primeira delas no dia 18 de março deste ano, enquanto o Palácio do Planalto já mudou sua versão sobre o fato em mais de uma vez. Em um primeiro momento, em uma coletiva de imprensa convocada para rebater as acusações do deputado do DEM, Lorenzoni afirmou, ao lado do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco Filho, que o governo recebeu a invoice no dia 19 de março. Posteriormente, o governo Bolsonaro passou a dizer que só tiveram contato com a nota fiscal no dia 22 de março. O parlamentar e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, chefe de Importação do Ministério da Saúde, visitaram Bolsonaro no dia 20 de março para relatar indícios de irregularidades na aquisição da Covaxin – o chefe do Executivo federal é investigado pela Polícia Federal pelo suposto crime de prevaricação, que ocorre quando o agente público toma ciência de eventuais crimes e não adota providências.

A CPI já havia explorado esta contradição de datas no depoimento de Emanuela Medrades, diretora da Precisa, à comissão – a oitiva ocorreu no dia 14 de julho. Randolfe Rodrigues perguntou quando a empresa enviou a primeira invoice ao governo Bolsonaro. Medrades afirmou que “antes do dia 22 de março ninguém no ministério [da Saúde] viu” o documento. Foi exibido, então, um trecho da coletiva na qual Lorenzoni e Elcio Franco confirmavam a entrega no dia 19 de março. “Então todo mundo está mentindo”, disse à época a senadora Simone Tebet (MDB-MS). “Eles se equivocaram provavelmente”, rebateu Medrades. “E esse documento que eles mostraram?”, insistiu Randolfe. “Eles se equivocaram”, respondeu a funcionária da empresa que intermediou o negócio. “Então Elcio Franco se confundiu, Onyx se confundiu, Luis Miranda se confundiu. Todo mundo se confundiu, menos a senhora”, ironizou Tebet.

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