CPI da Covid-19 muda depoimentos e define data para votação do relatório

Antes de encerrar os trabalhos da comissão, senadores ouvirão novamente Elcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello

  • Por André Siqueira
  • 12/09/2021 16h45
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Jefferson Rudy/Agência Senado Cúpula da CPI da Covid-19 na primeira sessão Depoimentos da reta final da CPI da Covid-19 foram definidos em reunião virtual do G7 do colegiado

O G7 da CPI da Covid-19, grupo majoritário formado pelos senadores independentes e de oposição, traçou um plano de ação para as três últimas semanas de trabalhos da comissão. Na manhã deste domingo, 12, os parlamentares mudaram o calendário de depoimentos previstos para os próximos dias e definiram a data de apresentação e votação do relatório, que devem ocorrer nos dias 28 e 29 de setembro. Também ficou acertado que o colegiado ouvirá pela segunda vez o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco Filho, braço-direito do então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A informação foi confirmada à Jovem Pan pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator do colegiado.

Segundo o cronograma definido nesta reunião virtual, os depoimentos do advogado Marcos Tolentino e do lobista Marconny Albernaz de Faria estão mantidos e ocorrerão, respectivamente, na terça-feira, 14, e na quarta-feira, 15. Tolentino é apontado como sócio oculto do FIB Bank, que emitiu uma carta-fiança de R$ 80,7 milhões como garantia para a Precisa no acordo firmado para a aquisição de 20 milhões de doses da vacina. O depoimento estava inicialmente marcado para a quarta-feira, 1º, mas foi adiado depois de Tolentino apresentar um atestado alegando “formigamento” no corpo como justificativa para não comparecer. O nome de Faria aparece em uma troca de mensagens que cria a “arquitetura da fraude” a uma licitação para a compra de testes de Covid-19 a fim de beneficiar a Precisa Medicamentos, empresa criada por Francisco Maximiano.

Na quinta-feira, 16, porém, a comissão não mais ouvirá a advogada Karina Kufa, que representa o presidente Jair Bolsonaro. Em seu lugar, será convocado Danilo Trento, diretor da Precisa. O depoimento de Kufa, que não era consenso no G7, gerou, inclusive, reação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em nota, a OAB classificou a convocação como “inequívoca violação das prerrogativas da advocacia” e “tentativa inaceitável de criminalização da profissão”. A advogada promoveu um jantar em sua casa que contou com a presença de Marconny Faria e José Ricardo Santana, ex-diretor de um órgão relacionado à Anvisa que deixou o cargo para atuar ao lado de Roberto Ferreira Dias, diretor de Logística do Ministério da Saúde.

Os senadores também decidiram convocar um representante da Prevent Senior para depor na sexta-feira, 17. No final do mês de agosto, o senador Humberto Costa (PT-PE) revelou que o colegiado recebeu uma denúncia formal feita por um grupo de médicos e ex-médicos da operadora de saúde, segundo a qual a empresa e o governo federal fizeram um acordo, no início da pandemia do coronavírus, para testar e disseminar as medicações do “kit Covid”, como cloroquina, ivermectina e azitromicina. Segundo a denúncia, a Prevent realizou uma série de tratamentos experimentais em seus pacientes, muitas vezes sem que houvesse consentimento deles. O texto também afirma que as pessoas infectadas foram usadas como “cobaias humanas”.

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