‘Datafolha mostrou que está crescendo a onda de mudança em SP’, diz Boulos 

Entorno do candidato do PSOL atribui seu crescimento na pesquisa Datafolha ao tempo de propaganda em rádio e TV: ‘Com mais tempo de propaganda eleitoral, cresce a aceitação ao Guilherme’, afirma um aliado

  • Por André Siqueira
  • 24/11/2020 14h48
Reprodução/ Instagram Boulos ampliou sua vantagem entre os mais jovens e chegou a 74% de preferência entre os servidores públicos

Guilherme Boulos (PSOL), comentou, nesta terça-feira, 24, o resultado da pesquisa Datafolha que mostrou a redução da vantagem de Bruno Covas (PSDB) na liderança da corrida pela Prefeitura de São Paulo. De acordo com o levantamento do instituto, o candidato do PSOL cresceu de 42% para 45% dos votos válidos, ante uma oscilação do tucano, que foi de 58% para 55%. O crescimento do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) pode ser explicado pela redução dos eleitores indecisos e daqueles que votariam em branco ou anulariam seu voto. “O que a pesquisa do Datafolha mostrou é que está crescendo a onda de mudança na cidade de São Paulo. Em uma semana, nós crescemos cinco pontos [em relação aos votos totais, nos quais Boulos foi de 35% para 40%]. Ou seja, a população de São Paulo não quer a continuidade do abandono. A população percebeu o abismo que há entre a realidade e a propaganda do Bruno Covas. Está se criando uma onda da esperança e, no dia 29 de novembro, ela vai desaguar em uma vitória”, afirmou em coletiva de imprensa.

Um aliado de Boulos ouvido pela Jovem Pan atribui o crescimento na pesquisa ao tempo de exposição do horário eleitoral. No segundo turno, os dois postulantes têm o mesmo tempo de rádio e televisão (cinco minutos duas vezes ao dia e 25 inserções cada). No primeiro turno, por exemplo, Covas tinha 3 minutos e 29 segundos, contra 17 segundos de Boulos. “Para votar em alguém, as pessoas precisam entender qual é a sua visão para a cidade, quais são suas propostas. Não dá para votar em quem você não conhece. Com mais tempo de propaganda eleitoral, cresce a aceitação ao Guilherme”, diz um correligionário. A avaliação coincide com o diagnóstico feito pelo próprio candidato à Jovem Pan na sabatina realizada ainda em primeiro turno. “Ninguém pode votar em quem não conhece. A missão é ampliar isso e, por isso, a necessidade de ir aos fundões da cidade, apostar no olho no olho com a população. Aumentando essa taxa, vamos para o segundo turno e vamos ganhar a eleição”, afirmou à época.

Entre os mais jovens, eleitores que possuem entre 16 e 24 anos, Boulos ampliou sua vantagem contra Covas. Na última pesquisa, ele derrotava o tucano por 59% a 35% dos votos válidos; no levantamento divulgado nesta terça-feira, vence por 65% a 35%. Entre pessoas com 25 a 34 anos, o candidato do PSOL também leva vantagem (56% a 44%). O atual prefeito, no entanto, lidera entre pessoas que têm entre 45 e 59 anos (58% a 42%) e possui ampla margem entre quem possui mais de 60 anos de idade (73% a 27%). Os idosos integram o chamado grupo de risco do novo coronavírus. Vale ressaltar, inclusive, que, no primeiro turno, a capital paulista registrou 29,3% de abstenção.

Na reta final da campanha, Boulos decidiu suspender as agendas de rua após a deputada federal Sâmia Bomfim, líder do PSOL na Câmara dos Deputados, ter anunciado, no início da semana, que contraiu a doença – a parlamentar esteve com Boulos na última sexta-feira. O candidato do PSOL ressaltou que não teve contato direto com a aliada e que não tem sintomas da infecção, mas afirmou que deve fazer o teste na próxima quarta-feira, 25. “O contato que eu tive com a Sâmia foi absolutamente esporádico, eventual. Ambos de máscara, não tenho qualquer tipo de sintoma. Agora, por precaução, nós decidimos fazer o teste. Tomamos uma decisão de até sair o resultado do teste, por absoluta precaução, não fazer agendas públicas de rua”, disse.

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