Apenas 3% dos eleitores admitem abstenção no primeiro turno, mostra Datafolha

Levantamento aponta que 92% dos brasileiros ‘com certeza’ vão às urnas em 2 de outubro; indecisão é maior entre apoiadores de Ciro Gomes e Simone Tebet

  • Por Jovem Pan
  • 23/09/2022 17h54
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Jonnie Roriz/Estadão Conteúdo Urna eletrônica fotografada antes do início das Eleições 2010 Ao todo, 92% dos entrevistados vão participar do pleito eleitoral "com certeza" e 4% "talvez" irão às urnas

O novo levantamento Datafolha mostra que apenas 3% dos eleitores não pretendem ir às urnas no primeiro turno das eleições 2022. A pesquisa eleitoral, realizada entre os dias 20 e 22 de setembro e divulgada nesta quinta-feira, aponta que 92% dos entrevistados vão participar do pleito eleitoral “com certeza” e 4% “talvez” irão às urnas. Os indecisos, por sua vez, correspondem a 1% dos participantes. Os dados também mostram que homens e jovens têm mais vontade de votar do que mulher e pessoas com mais de 35 anos. Entre os concorrentes à Presidência da República, os eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) são os menos entusiasmados para o pleito, sendo que 34% dos apoiadores do pedetista estão sem vontade de ir às urnas, comportamento que se repete em 48% dos votantes na emedebista. Ainda segundo o Datafolha, cruzando os eleitores que declaram ter muita vontade de votar e aqueles que tem certeza do comparecimento às urnas soma 79% dos brasileiros. Entre eles, 51% dizem votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 36% no presidente Jair Bolsonaro (PL), 6% em Ciro Gomes e 4% em Simone Tebet. No sentido contrário, dos eleitores com maior potencial de abstenção, 30% são pró-Lula, 23% apoiam o atual governo, 11% apoiam o pedetista e 3%, a senadora.

A nove dias do primeiro turno, os resultados colocam o combate à abstenção no centro das estratégias de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chega 47% das intenções de votos, segundo último Datafolha, o que representa 50% dos votos válidos – excluindo brancos e nulos. Para vencer em 2 de outubro, o petista deve conquistar 50% mais um voto na métrica dos válidos, o que torna a busca pelo fim da abstenção como um dos três pilares da reta final da campanha. “Uma vitória no primeiro turno passa por dois pontos fundamentais: de um lado, consolidar a liderança que nós temos e garantir que, nas regiões em que Lula ganha muito na frente de Bolsonaro, a gente não tenha abstenção”, afirmou à Jovem Pan o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP). Segundo ele, essa mobilização inclui ações para incentivar o acesso aos locais de votação, assim como diálogo com o eleitorado. Como a Jovem Pan mostrou, nos bastidores, o entendimento é que a abstenção pode ser maior entre os mais pobres, grupo em que há vantagem do ex-presidente Lula sobre o Jair Bolsonaro. Com isso, o foco petista nos próximos dias deve ser o eleitor das classes C e D, que concentram os maiores índices de faltosos. “A mensagem vai ser nesse sentido: para mudar de vida, tem que votar no Lula. Vamos focar bastante nessa ideia da importância de votar, tanto do ponto de vista da democracia quanto do ponto de vista de mudar a vida deles”, disse  Jilmar Tatto, secretário nacional de comunicação do PT, à reportagem.

Voto útil

Assim como a busca pela baixa abstenção, a reta final da campanha do Partido dos Trabalhadores (PT) também deve endossar a defesa do voto útil. Apoiado por pedetistas históricos, o movimento busca convencer eleitores de Ciro Gomes, principalmente, a migrarem seus votos – já no primeiro turno – para o ex-presidente Lula, o que pode garantir vitória em 2 de outubro. Neste sentido, segundo o Datafolha, 11% dos eleitores brasileiros afirmam que podem mudar de candidato nas vésperas da eleição presidencial e apoiar aquele quem estiver em primeiro lugar nas pesquisas. Se confirmado esse resultado, o petista – que lidera o cenário eleitoral – aumentaria as chances de vitória no primeiro turno. Em encontro com comunicadores do PT, em 13 de setembro, o ex-presidente pediu foco no voto útil e disse acreditar em vitória em 2 de outubro, apesar de considerar “soberba” fazer essa declaração. Mas, se tem candidato com 1% acreditando que vai ganhar, eu que tenho 46% tenho de acreditar que é possível, nesses próximos 20 dias, conquistar os votos que faltam.”

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