Campanha de Lula vê início da migração do voto útil e espera ‘onda’ na última semana

Wellington Dias diz acreditar em crescimento de cerca de quatro pontos na reta final; avanço do petista entre mulheres e mais pobres também é celebrado pelo QG do ex-presidente

  • Por André Siqueira
  • 23/09/2022 10h00
Suamy Beydoun/Agif/Estadão Conteúdo - 30/08/2022 O ex-presidente Lula (PT) gesticula durante debate entre candidatos a Presidência da República Segundo o Datafolha, Lula chegou aos 50% dos votos válidos, mas ainda não é possível dizer se eleição será decidida no 1º turno

Coordenadores da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viram, na pesquisa Datafolha divulgada na noite da quinta-feira, 22, o indicativo de que a migração do voto útil para o petista começou. De acordo com o instituto, o candidato do PT oscilou positivamente dois pontos, foi de 45% para 47% das intenções de voto, enquanto o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) oscilou negativamente de 8% para 7%. O presidente Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, se manteve na casa dos 33%. As movimentações ocorreram dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais, mas foram lidas como o início de um movimento que deve ganhar força na próxima semana, nos últimos dias antes do primeiro turno, marcado para o dia 2 de outubro, e que pode ser a chave para liquidar a fatura na primeira etapa de votação.

“A pesquisa Datafolha mantém a tendência de crescimento de intenção de votos para Lula registrada nas outras pesquisas presenciais. Venho já há alguns dias falando sobre a entrada em campo de milhões de multiplicadores de voto, além dos que são militantes e simpatizantes partidários. São pessoas que, além de decidir em quem dar o seu voto, buscam convencer outras pessoas da família, no trabalho, no esporte, no lazer. Normalmente, crescemos mais no mínimo quatro pontos em relação à pesquisa divulgada na semana da eleição. Isto já está acontecendo e não vai parar, pois a cada dia mais e mais pessoas entrarão em campo para resolver também no primeiro turno”, disse ao site da Jovem Pan o ex-governador do Piauí Wellington Dias.

Além da eventual migração de votos de Ciro para Lula, outros dados foram celebrados pelo QG petista. De acordo com o Datafolha, o ex-presidente cresceu cinco pontos entre quem recebe até dois salários mínimos, quando comparado com o levantamento do dia 15 de setembro. Neste segmento, o petista tem 57% das intenções de voto, ante 24% do presidente Jair Bolsonaro (PL), que oscilou negativamente três pontos neste período – na amostra do instituto, o eleitor mais pobre representa 41% do total. Entre as mulheres (52% do eleitorado), o candidato do PT também avançou, chegou a 49% e estabeleceu uma vantagem de 20 pontos em relação ao mandatário do país. Na avaliação de um membro do comitê do ex-presidente, mais do que o voto útil, o desempenho de Lula nestes dois recortes será fundamental para uma vitória no primeiro turno. “São eles que vão decidir a eleição”, resume um dirigente petista. É por essa razão que, como a Jovem Pan mostrou, a coordenação da campanha trabalha para tentar evitar a abstenção dos eleitores no dia 2 de outubro. O ex-presidente, inclusive, utilizou o minuto final de sua entrevista ao “Programa do Ratinho”, do SBT, para pedir que o eleitor vá às urnas. “Eu queria que você comparecesse. Você que acha que vai se abster. Por favor, vá para a urna e vote “, disse.

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