Bolsonaro se reúne com setor industrial ao lado de Zema; Lula recebe apoios de ‘pais do Real’ e políticos do PSD

Ida a Minas Gerais faz parte da estratégia do presidente para segundo turno; PT mira atuação de aliados em Estados-chave para manter dianteira na reta final

  • Por Jovem Pan
  • 06/10/2022 19h09 - Atualizado em 06/10/2022 19h44
Montagem de fotos: Reprodução/Twitter/@LulaOficial e Reprodução/Flickr/Palácio do Planalto Montagem com fotos de candidatos à Presidência Bolsonaro e Lula disputam o segundo turno para Presidência da República nas eleições 2022

As campanhas eleitorais dos candidatos à Presidência da República seguem a todo vapor para o segundo turno das eleições 2022, marcada para 30 de outubro. Em Minas Gerais, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) continua em busca de apoios para ampliar o número de votos no Estado. Isso porque no primeiro turno o atual presidente obteve 43,60% dos votos em território mineiro, ficando atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que registrou 48,29% dos votos – a diferença é de mais de 500 mil votos. Na tarde desta quinta-feira, 6, Bolsonaro esteve mais uma vez com o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), desta vez em um evento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), para ouvir propostas do setor industrial. Para reforçar o apoio ao presidente, Zema convidou prefeitos dos 853 municípios do Estado a ajudar na campanha. De acordo com o prefeito de Coronel Fabriciano e presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Marcos Vinicius Bizarro (PSDB), a adesão está em aproximadamente 600 prefeitos. Inclusive, o mandatário do país e o chefe do Executivo estadual devem participar de um evento em Belo Horizonte no próximo dia 14, com todos os prefeitos apoiadores. O candidato à reeleição deve ir ao Estado pelo menos três vezes antes do segundo turno. Em Minas, o presidente também tem apoio do senador Carlos Viana (PL), do senador eleito Cleitinho Azevedo (PSC) e do vereador Nikolas Ferreira (PL), deputado eleito com a maior votação do país, para fazer campanha, principalmente no interior, especialmente na região Norte, onde Lula liderou em votos no primeiro turno. Na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro recebeu, no Palácio da Alvorada, um grupo de deputados federais e governadores reeleitos, que manifestou seu apoio à reeleição do mandatário. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também esteve presente no encontro.Em seu discurso, o presidente da República ressaltou que foi reeleito sete vezes como deputado federal. “Ao longo do nosso mandato nós somos julgados pelo que fizemos, não fizemos, pelo que nos omitimos, bem também pela esperança que vocês podem dar à população”, disse em relação aos parlamentares. “Hoje, o Parlamento é de centro-direita, é um Parlamento que tem muito mais chance de aprovar projetos com mais facilidade e mais agilidade, projetos outros que vão ajudar mais ainda o nosso Brasil ser um país de primeiro mundo de verdade”, completou sobre o alinhamento do Congresso às pautas do governo. Os governadores de Roraima, Antônio Denarium (Progressistas), do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) participaram do encontro. Ministros do governo e a primeira-dama Michelle Bolsonaro também estavam presentes.

Em relação a Lula, que já tem apoio de Ciro Gomes (PDT) e de Simone Tebet (MDB), que foram candidatos à Presidência, recebeu apoio dos “pais do Real”. Em nota conjunta, os economistas Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC) durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Pedro Malan, que foi ministro da Fazenda também no governo FHC e presidente do BC no governo de Itamar Franco, Edmar Bacha, um dos formuladores do Plano Real, e Persio Arida, um dos idealizadores do programa e que presidiu o BC em 1995, anunciaram aliança ao petista. Eles acreditam que Lula vai levar de forma “responsável” a economia. Nesta quinta-feira, o ex-presidente participou de uma caminhada com alianças em São Bernardo do Campo, seu berço político, na Grande São Paulo. O ato ocorreu do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC até a Praça da Matriz. Na oportunidade, o petista reforçou as propostas para melhorar a economia e atender a todas as classes, principalmente de baixa renda. “A gente quer ter o direito de trabalhar, de estudar, de tomar café, almoçar todo dia. A gente quer ter o direito de ter acesso à cultura, ao lazer, de ir ao cinema, ao teatro. Queremos ter o direito de participar de tudo aquilo que a gente constrói. A gente quer se vestir bem, comer bem. A gente não gosta só de carne de segunda ou pescoço de frango”, frisou. Mais cedo, ao lado do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), Lula recebeu apoio de lideranças do PSD, de Gilberto Kassab, para o segundo turno das eleições. Também estiveram presentes no ato aliados do prefeito, como o candidato do partido a vice-governador do Rio, Felipe Santa Cruz, e o deputado Pedro Paulo, além dos senadores Otto Alencar, da Bahia, Alexandre Silveira, de Minas Gerais, e Carlos Fávaro (PSD), e o deputado federal Marcelo Ramos, do Amazonas. A coordenação da campanha de Lula avalia que Paes é um personagem central para melhorar o desempenho do ex-presidente no Rio de Janeiro, onde Bolsonaro venceu no primeiro turno. Mais do que isso, o QG do PT conta com a atuação destes aliados para ampliar a vantagem em grandes colégios eleitorais, casos de Minas e Bahia, que possuem, respectivamente, o segundo e o quinto maior número de eleitores. Em território baiano, por exemplo, Lula obteve cerca de 3,82 milhões de votos a mais que o adversário do PL, quase o dobro da frente conquistada pelo atual presidente da República em São Paulo, por exemplo, onde a “gordura” conquistada foi de 1.749.957 votos.

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