Confira as maiores discrepâncias entre os resultados das urnas e das pesquisas de intenção de voto

Eleições em Estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia foram marcadas por viradas histórias e derrotas inesperadas

  • Por Jovem Pan
  • 03/10/2022 18h10
Montagem Jovem Pan: ANDRé RIBEIRO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO e LECO VIANA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO Fernando Haddad (PT) e Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) Fernando Haddad (PT) e Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) vão disputar o segundo turno das eleições em São Paulo

O primeiro turno das eleições de 2022, realizado neste domingo, 2, foi marcado por viradas históricas, derrotas inesperadas e muitas discrepâncias entre os resultados das urnas e das pesquisas de intenção de voto. O exemplo mais emblemático foi o resultado da disputa à Presidência da República, que embora tenha sido marcada por uma esperada vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que alcançou 48,4% dos votos e ficou em primeiro lugar na corrida ao Palácio do Planalto, também apresentou um resultado eleitoral mais favorável ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que ficou cerca de seis pontos percentuais acima do projetado nas pesquisas. Outros Estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia, que estão entre os maiores colégios eleitorais do país, os resultados nas urnas também apontaram resultados inesperados, que também devem refletir no segundo turno. Neste cenário, o site da Jovem Pan preparou uma lista dos resultados estaduais de maior discrepância entre as projeções de intenções de votos e a confirmação das urnas. Confira abaixo como ficou o cenário eleitoral nas disputas:

Presidência da República: Na véspera do primeiro turno, as principais pesquisas eleitorais do país projetavam vantagem de até 14 pontos do ex-presidente Lula contra o presidente Jair Bolsonaro, enquanto o resultado nas urnas confirmou uma diferença de 5,23 pontos, sendo um dos exemplos mais emblemáticos de erros nas projeções eleitorais. Os levantamentos do Datafolha, Ipec e Ipespe do último sábado, 1, por exemplo, mostravam o presidente na casa dos 50% dos votos válidos, o que representaria possibilidade de vitória em primeiro turno, enquanto o atual mandatário do país ficava entre 36 e 37% das intenções, a 14 pontos de distância. Na pesquisa Quaest, a diferença entre os dois principais candidatos ao Palácio do Planalto era de 11 pontos; no Poderdata, 10 pontos; Atlas/Intel, 9,2 pontos; e o Paraná Pesquisa, com o resultado mais próximo das urnas, apontava distância de 7,2 pontos.

Amazonas: No Amazonas, o resultado das urnas confirmou as projeções de decisão em segundo turno, com o atual governador, Wilson Lima (União Brasil), liderando entre os eleitores. Entretanto, a principal discrepância no Estado foi relacionada ao segundo colocado. Enquanto as pesquisas apontavam uma segunda etapa da disputa entre Lima, apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), e Amazonino Mendes (Cidadania), que tinha 26% das intenções de votos, nas urnas o segundo colocado foi o ex-governador Eduardo Braga (MDB), que recebeu 393.398 votos, cerca de 20,83%. Com 99,99% das urnas apuradas, Mendes chega a 18,56% dos votos, perdendo de Braga por pouco mais de 38 mil votos.

Bahia: A disputa ao governo baiano, por sua vez, foi marcada por uma virada histórica de Jerônimo Rodrigues (PT), candidato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que passou de 13% das intenções de votos nas pesquisas eleitorais para 49,39% dos votos válidos neste domingo, 2, quase sendo eleito em primeiro turno. A pouco menos de dez dias do pleito, as principais projeções eleitorais apontavam vitória do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), que alcançou 40,84% de apoio dos eleitores. Ou seja, a eleição confirma o crescimento do petista entre o eleitorado baiano na reta final da campanha e também abre caminho vitória na disputa local, agora em segundo turno.

Ceará: No Ceará, a virada de Elmano de Freitas (PT) na reta final também representa um caso emblemático. O petista venceu na disputa ao governo do Estado com 54,02% dos votos válidos, o que representa cerca de 18 pontos percentuais a mais do que o projetado nas últimas pesquisas ao Estado, que apontavam uma definição em segundo turno contra Capitão Wagner (União Brasil), que ficou com 31,72% dos votos. Ao longo de toda campanha, Elmano sempre esteve atrás desde os primeiros resultados, mas, em 21 dias ele conseguiu somar 13 pontos e ultrapassar o segundo colocando, consolidando a vitória em primeiro turno.

Piauí: Em cenário semelhantes, o resultado eleitoral do Piauí também foi de virada do Partido dos Trabalhadores (PT), que confirmou mais uma eleição em primeiro turno com a vitória de Rafael Fonteles, com 56,63% dos votos. O resultado foi inesperado, já que o candidato sempre esteve atrás do seu adversário e apenas na última pesquisa ele ficou com um ponto de diferença do ex-prefeito Sílvio Mendes (União Brasil), que aparecia com 48% das intenções de votos.

Rio Grande do Sul: Na corrida ao Governo do Rio Grande do Sul, as projeções apontavam o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) com até 45% dos votos válidos, o que representava uma vantagem de 15 pontos do segundo colocado, o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), que ficava com 30% dos votos. Entretanto, nas urnas, o resultado foi bem diferente. Onyx assumiu a liderança no Estado com 37,5% dos votos, o que representa apoio de 2,3 milhões de eleitores, contra 26,81% de Leite, levando a disputa ao segundo turno. Em terceiro lugar, com uma diferença de 2.441 votos para o ex-governador, Edegar Pretto (PT) ficou com 26,77%.

Santa Catarina: Em Santa Catarina, ainda que a eleição estadual continue em segundo turno, o resultado deste domingo também aponta uma diferença das principais projeções eleitorais. Isso porque, contrariando as pesquisas, a segunda votação será definida entre  Jorginho Mello (PL), que recebeu 38,61% dos votos, e Décio Lima (PT), que ficou com 17,42%. Segundo os levantamentos, Mello ficaria em segundo lugar, com cerca de 20% de apoio do eleitorado, enquanto Décio Lima sequer estava entre os três mais votados. Em primeiro lugar, o governador Carlos Moisés (Republicanos) aparecia com pouco mais de 20% das intenções de votos, mas acabou com 16,99% de apoio nas urnas.

São Paulo: No reduto paulista, o cenário também foi de virada. Diferente do que a última pesquisa Datafolha apontava, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) não foi o candidato mais votado entre os paulistas. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi o principal escolhido pelos eleitores, ficando com 42,32% dos votos válidos. No último levantamento do instituto, divulgado no último sábado, 1, o candidato aparecia com 31% das intenções de votos, contra 41% do petista, que terminou em segundo lugar, com 35,70% de apoio. Na disputa ao Senado Federal por São Paulo, o instituto apontava Márcio França (PSB) com 45% dos votos válidos, com a projeção de eleito à Casa Legislativa. No entanto, o resultado deste domingo confirmou a eleição do ex-ministro Marcos Pontes (PL), com 49,68% dos votos, ante 36,27% de França. Nas pesquisas, o astronauta somava 31% das intenções de votos.

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