PSDB de SP não deve apoiar Bolsonaro por respeito ‘à memória de Covas’, diz dirigente

Presidente do diretório da capital paulista, Fernando Alfredo disse ao site da Jovem Pan que sigla foi procurada por Geraldo Alckmin e pelo PT para um apoio no segundo turno das eleições paulista e federal

  • Por Eduardo Morgado
  • 07/10/2022 15h10
Reprodução/Facebook/Fernando Alfredo Fernando Alfredo, presidente do diretório do PSDB de São Paulo Fernando Alfredo é presidente do diretório do PSDB na capital de São Paulo

O diretório paulistano do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) não apoiará a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo do Estado de São Paulo e de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição à presidência da República. É o que afirmou o presidente da sigla na cidade de São Paulo, Fernando Alfredo, em entrevista ao site da Jovem Pan sobre os planos da legenda para o segundo turno das eleições estadual e federal. Em primeiro momento, o dirigente tucano criticou veementemente a postura do atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), em prestar apoio “total e incondicional” aos bolsonaristas. Na visão de Alfredo, “ficou ruim para Rodrigo”, já que o ex-ministro da Infraestrutura, horas antes da decisão de Garcia, que não desejava contar com o PSDB em seu palanque no segundo turno da corrida ao Palácio dos Bandeirantes. “Aqui na cidade de São Paulo é difícil caminhar com Tarcísio e [o presidente Jair] Bolsonaro, por tudo aquilo que fez durante a pandemia. O cara é negacionista”, disse. Segundo o dirigente, há uma explicação para essa postura: a relação umbilical dos tucanos da capital com o ex-prefeito Bruno Covas. Alfredo conta que o neto de Márcio Covas alertou, antes de morrer, para a entrada do “negacionismo e obscurantismo” na cidade. “Declarar qualquer tipo de apoio ao Bolsonaro significaria ferir a memória do Bruno e eu, como presidente do partido, tenho uma responsabilidade com o legado dele, jamais permitiria ou apoiaria qualquer tipo de manifestação pró-Bolsonaro”, acrescenta.

Ao ser questionado sobre o caminho que o diretório paulistano tucano seguirá na definição das eleições estadual e federal, o presidente foi enfático e ressaltou que, embora a Executiva Nacional tenha liberado os Estados e municípios para tomarem a sua decisão, o PSDB de São Paulo se reunirá na próxima segunda-feira, 10, para fechar questão e definir um apoio a algum dos lados. “Vamos nos posicionar, o PSDB na cidade não ficará neutro nesse processo”, resume. Petismo e bolsonarismo se enfrentam nos âmbitos estadual e federal. No maior colégio eleitoral do país, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoia Fernando Haddad (PT), enquanto Bolsonaro lançou Tarcísio como candidato do Republicanos. Fernando Alfredo não fecha as portas para um apoio ao PT nas disputas que ocorrerão em 30 de outubro e disse que já foi procurado tanto por membros da sigla de esquerda quanto pelo ex-tucano e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), para selar a união. “Temos uma questão com a responsabilidade com esses 28 anos de legado tucano no Estado e aquele candidato que assumir compromisso com programas sociais, austeridade com o dinheiro público e responsabilidade fiscal, é um candidato que a gente tende a apoiar”, finalizou.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.