Romeu Zema é reeleito governador de Minas Gerais

Político do Novo recebeu 56,18% dos votos, segundo dados do TSE; ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) ficou na segunda colocação, com 35,08%

  • Por Jovem Pan
  • 02/10/2022 20h50 - Atualizado em 03/10/2022 00h49
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Gil Leonardi - Imprensa MG Romeu Zema Romeu Zema (Novo) foi reeleito governador de Minas Gerais em outubro de 2022

Romeu Zema (Novo) foi reeleito governador do Estado de Minas Gerais, com vitória no primeiro turno das eleições de 2022. Ao lado de seu vice, professor Mateus Simões (Novo), o atual chefe do Executivo alcançou pouco mais de 6 milhões de votos no Estado, o que representa 56,18% de apoio do eleitorado mineiro, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em segundo lugar, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) recebeu 35,08% dos votos, o que representa cerca de 3,8 milhões de eleitores. O resultado deste domingo, 2, confirma as projeções das pesquisas eleitorais realizadas desde o início da campanha, que apontavam Zema como favorito para vitória ainda na primeira etapa de votação. A série de levantamentos do Instituto Ipec (ex-Ibope), por exemplo, mostra que o governador se mantinha como principal escolha dos eleitores desde o mês de agosto, sempre oscilando acima dos 50% dos votos válidos. Em 2018, o candidato do Novo venceu com 6.963.806 votos. Há quatro anos, o empresário teve um crescimento exponencial nos últimos dias da corrida eleitoral, impulsionado por ter associado seu nome ao do então deputado federal Jair Bolsonaro, à época filiado ao PSL, que venceu o pleito nacional contra Fernando Haddad (PT).

A vitória de Romeu Zema também recupera uma tradição de Minas Gerais de eleições no primeiro turno. Historicamente, nos últimos 20 anos, quatro governadores foram eleitos ou reeleitos em votação única no Estado. Em 2002, Aécio Neves (PSDB) venceu logo na primeira etapa do pleito com 57,70% dos votos válidos, cenário que voltaria a se repetir em 2006, quando foi reeleito também em turno único com 77,03% dos votos válidos, que desconsidera brancos e nulos. Já em 2010, o seu então vice, que assumiria o cargo em 31 de março daquele ano, Antonio Anastasia (PSDB) confirmava a continuidade do mandato tucano no Estado, vencendo com 62,7% dos votos. Quatro anos depois, em 2014, Fernando Pimentel (PT) era eleito também no primeiro turno, com 52,98% dos votos, rompendo a dinastia do PSDB em Minas Gerais, mas mantendo o legado de votação única. A tradição no Estado foi interrompida apenas em 2018, quando o outsider Romeu Zema disputou o segundo turno contra Anastasia.

Quem é Romeu Zema?

Eleito a um cargo público pela primeira vez em 2018, Romeu Zema é apresentado como o principal exemplo de sucesso do Partido Novo, legenda fundada em 2011 por João Amoêdo. Considerado uma “zebra” do último pleito, o governador se consolidou como símbolo das bandeiras do partido, que tem como principais defesas o liberalismo, fim dos subsídios fiscais e de crédito, privatizações, redução do Estado, entre outras. Sem novidades, o nome do empresário como candidato à reeleição foi confirmado em julho, durante convenção na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), em Belo Horizonte. Entretanto, diferente da eleição passada, neste ano o governador não lançou mão da campanha “Bolsozema”, encabeçada no segundo turno do pleito de 2018 e que repetia o lema da campanha de Jair Bolsonaro: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Naquele ano, apesar do Novo não ter formalmente apoiado Bolonaro, Romeu Zema ficou conhecido por declarar apoio ao militar desde o início das eleições, o que não se repetiu em 2022. Ao longo da campanha deste ano, o político mineiro foi cortejado pelo entorno de Bolsonaro, mas evitou se associar ao mandatário do país e apoiou a candidatura de Luiz Felipe d’Ávila (Novo) à Presidência. Ao longo das últimas semanas, inclusive, Zema disse que houve corrupção no governo federal, mas “em escala menor”.

“Meu relacionamento com o presidente é muito transparente e institucional, como será com qualquer um que vier a ser o presidente. Não sou de mandar pedras nem de ficar bajulando”, afirmou, em 2 de junho, ao negar alianças. Apesar das declarações, o presidente da República manteve os afagos ao governador, e admitiu tentativas de “fazer um casamento” no Estado, que foram encerradas com a candidatura de Carlos Viana (PL). “Não vamos fazer oposição ou criticar o Zema, até porque ele fez um bom governo lá. (…) Gostaria de estar com o Zema desde o primeiro momento, mas o partido dele resolveu lançar uma candidatura própria”, afirmou o presidente em entrevista ao Pânico, da Jovem Pan.

Além de governador de Minas Gerais, Zema tem em seu histórico passagens pela iniciativa privada. Natural da cidade de Araxá, no interior de Minas Gerais, o governador, de 53 anos, é formado em administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e esteve à frente das Lojas Zema desde 1991, sendo considerado o responsável pela expansão do conglomerado do grupo empresarial, que passou de quatro unidades em Minas Gerais para 430 lojas em pelo menos seis Estados. Atualmente membro do Conselho do Grupo Zema, Romeu é um liberal declarado e tem como lema que o “melhor investimento da vida é o conhecimento”. Em seu programa de governo, o vitorioso governador defende, como propostas objetivas, a criação de 300 mil vagas de cursos técnicos no programa Trilhas do Futuro, que visa formar jovens para o primeiro emprego; a conclusão das obras e inauguração de seis hospitais regionais, iniciados na gestão de Fernando Pimentel (PT); ampliação dos programas sociais, como o Auxílio Habitacional e a Casa da Mulher Mineira, além daqueles com foco em inclusão digital e auxílio capacitação; a reforma de duas mil escolas estaduais e a recuperação de 10 mil quilômetros de estradas, assim como colocar a educação mineira como a melhor do Brasil.

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