Eliziane Gama será a relatora da indicação de Mendonça ao STF

Com a escolha, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da CCJ, quer mostrar que não postergou a sabatina do ex-AGU por uma questão religiosa, já que a senadora é evangélica

  • Por André Siqueira
  • 27/11/2021 17h58 - Atualizado em 27/11/2021 18h16
Pedro França/Agência Senado Senadora fala durante audiência na CPI da Covid-19 Eliziane Gama teve atuação de destaque na CPI da Covid-19

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) foi escolhida relatora da indicação do ex-advogado-geral da União André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O martelo foi batido pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do colegiado, na tarde deste sábado, 27, após uma conversa telefônica com a parlamentar. Segundo apurou a Jovem Pan, ao escolher uma evangélica para a relatoria, Alcolumbre quer mostrar que não postergou a sabatina de Mendonça por ele ser evangélico. O nome “terrivelmente evangélico” foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 13 de julho e aguarda há mais de quatro meses para ser ouvido.

Em seu perfil no Twitter, Eliziane afirmou que “o convite vindo a mim por parte do presidente Davi é um prestígio à bancada feminina e também aos evangélicos, e demonstra, claramente, o seu respeito pela diversidade religiosa no Brasil”. “Como relatora, vou me pautar por informações e pela boa técnica legislativa, sem qualquer pré-conceito político, ideológico e muito menos religioso. O ministro do STF precisa ter como qualidades conhecimento jurídico, honrabilidade, ética, compromisso aboluto com a democracia e com as liberdades. Nosso relatório serão pautado dentro desses princípios, que, aliás, são definidos pela Constituição Federal, que inclui notável saber jurídico e reputação do indicado”, disse. “O que importa, neste moment, é o currículo e a cacpcidade técnica do indicado. são esses aspectos que devem ser analisados pelo senado. a questão da fé, neste cenário, é parte de foro íntimo de cada um e será devidamente respeitada”, finalizou.

Na quarta-feira, 24, durante sessão da CCJ, Alcolumbre se disse “muito triste” com ataques que recebeu ao longo deste período. “Fui ofendido pessoalmente, na minha família, e na minha religião, estando dentro da prerrogativa”, resumiu. “Chegou-se ao cúmulo de transformar uma decisão político-institucional em um embate religioso. É inadmissível isso. Isso me provoca uma profunda indignação, fico muito triste com isso, porque a minha relação com o povo evangélico é extraordinária no meu Estado”, afirmou. Alcolumbre é judeu e Mendonça, evangélico. “Estou calado há quatro meses ouvindo isso, mas as pessoas que me conhecem no meu Estado e no Brasil sabem que isso nunca foi um embate religioso. E nem deve ser”, acrescentou.

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