Em audiência no Senado, Queiroga pede que Estados sigam PNI: ‘Não pode ser Torre de Babel da vacina’

Ministro da Saúde também recomendou aplicação de terceira dose com vacinas da Pfizer e da AstraZeneca e falou sobre estoque avaliado em R$ 243 milhões que precisará ser incinerado

  • Por Jovem Pan
  • 08/09/2021 17h30 - Atualizado em 08/09/2021 18h12
Reprodução/TV Senado/YouTube Homem de terno gesticula durante fala em audiência Ministro da Saúde foi convidado para falar sobre vacinação e ações do governo em comissão do Senado

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu ao Estados e municípios que sigam as diretrizes estabelecidas pelo governo federal no Plano Nacional de Imunização (PNI). “O que ocorre é que alguns municípios, sobretudo os maiores da Federação, ficam criando esquemas diferentes e depois dizem que o Ministério da Saúde não entrega as doses, atrasa as doses. O Ministério da Saúde só entra com o ônus o tempo inteiro”, disse, nesta quinta-feira, 8, em audiência na Comissão Temporária da Covid-19 no Senado (CTCovid-19). “Temos que falar a mesma língua, não pode ser a Torre de Babel da vacina”, acrescentou.

Na sessão, que ocorre mesmo com a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de cancelar todas as votações e comissões, Queiroga também defendeu a aplicação da terceira dose com as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca. Sem citar nominalmente a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, o ministro afirmou que os imunizantes com vírus inativado têm efetividade baixa para quem tem mais de 90 anos de idade. “Os indivíduos acima de 70 anos, os nonagenários têm uma efetividade de vacina muito baixa, sobretudo em relação ao imunizante que tem a tecnologia do vírus inativado. Chega nos indivíduos nonagenários a efetividade ser abaixo de 30%. Essas pessoas não estão protegidas e requer uma terceira dose”, explicou.

Aos senadores, Queiroga também admitiu que o vencimento de insumos comprados pela pasta “é um problema”, mas negou que haja “negligência” do Ministério da Saúde. “Esses insumos não é que o ministério deixa vencer por negligência. É porque se compra em quantidade. Há insumos que foram adquiridos em governos, dois governos anteriores ao governo do presidente Bolsonaro e eles não foram distribuídos”, disse. Na segunda-feira, 6, reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostrou que a Saúde deixou vencer um estoque de medicamentos, insumos e diversos itens, avaliado em aproximadamente R$ 243 milhões de reais.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.