Exclusivo: À PF, Gonçalves Dias culpa Augusto Heleno e diz que aliado de Bolsonaro mantém informantes no GSI
General afirmou que em oito dias de governo não conseguiu exonerar todos os ‘militares bolsonaristas’ da pasta
Em depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira, 21, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Gonçalves Dias, contou que o general Augusto Heleno, seu antecessor, ainda mantém informantes dentro da pasta, e que até o dia 8 de janeiro não houve tempo hábil para exonerar “militares bolsonaristas” do órgão. As informações são do repórter Bruno Pinheiro, da Jovem Pan News. Segundo membros da Polícia Federal ouvidos pela reportagem, em relação à divulgação das imagens que culminou em sua demissão, Dias disse acreditar que foi vítima de uma emboscada por parte da ala militar do Gabinete de Segurança Institucional, contratados ainda na gestão de Augusto Heleno. No depoimento que durou quase cinco horas, Gonçalves Dias também foi questionado pelos investigadores sobre o efetivo de militares do GSI que designou ao Palácio do Planalto em 8 de janeiro, data em que as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.
Embora houvesse informações prévias, tanto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) como da Polícia Federal, sobre o risco das manifestações, a segurança do prédio do Palácio do Planalto naquele dia era feita por apenas 10 homens do comando militar do Planalto, antes dos reforços chegarem. Sobre isso, o general da reserva respondeu que contava com a atuação efetiva da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e com o bloqueio das vias de acesso à Praça dos Três Poderes. Ele também alegou que, assim que soube das chances de invasão, convocou mais 40 militares munidos de escudos e pistolas com balas de borracha. Ainda segundo interlocutores da PF, o ex-minstro não deixou de responder a qualquer pergunta nas quase cinco horas que permaneceu prestando depoimento.
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