Falha em supercomputador provoca atraso na totalização de votos do 1º turno, diz Barroso

Presidente do TSE afirmou, ainda, que o atraso pode ‘durar algumas horas’ e que não há ‘nenhum risco à credibilidade do sistema’

  • Por Jovem Pan
  • 15/11/2020 23h01
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Marcelo Chello/Estadão Conteúdo Homem de terno em pé De acordo com o presidente do TSE, o sistema eletrônico atual é extremamente seguro

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, afirmou em entrevista coletiva na noite deste domingo, 15, que um problema técnico no núcleo do processador de um dos supercomputadores responsáveis pela totalização dos votos falhou, ocasionando um atraso nos resultados do primeiro turno das eleições de 2020. “Houve uma falha no processador e uma demora para repará-lo. Mas o processo de totalização já foi regularizado, e agora estamos regularizando a divulgação eletrônica. Se a gente não conseguir, divulgaremos verbalmente”, disse Barroso. Segundo ele, houve, ainda, a tentativa de um ataque hacker pela manhã, que “não produziu nenhum resultado, pois foi repelido”. O ministro declarou também que o atraso pode “durar algumas horas” e que não há “nenhum risco à credibilidade do sistema”.

“O sistema é complexo, lamento que tenha acontecido, mas não teve nenhuma consequência grave, salvo a compreensível ansiedade dos resultados para os candidatos e para a imprensa. Não há risco do resultado não expressar o que foi votado. Não há qualquer risco àedu credibilidade do sistema, foi uma falha de hardware”, esclareceu Barroso. Em razão deste problema, muitas pessoas questionaram a segurança das urnas eletrônicas e do sistema de divulgação dos votos no Brasil. Um deles foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que afirmou que protocolou um Projeto de Lei pedindo mais segurança eleitoral. “O projeto define que o TSE só apure e divulgue resultados com 100% das urnas dos país fechadas e boletins de urna enviados por todos estados. Também combate fraude e proíbe voto à distância, digital ou carta”, escreveu o parlamentar.

De acordo com o presidente do TSE, o sistema atual é extremamente seguro. “Fraudes havia nos sistemas anteriores, de cédulas, que você lançava em mapas… O sistema eletrônico eliminou essas falhas. Voltar ao sistema de papel me parece algo que não atende ao melhor interesse público, é inequívoco isso. Esse sistema tem funcionado bem e seria mexer em um time que está ganhando”, pontuou. Segundo ele, assim que houver o diagnóstico das falhas, os erros serão consertados para o segundo turno, que deve ocorrer no dia 29 de novembro. 

Ataque hacker

A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para apurar o ataque hacker promovido contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na manhã deste domingo. Barroso afirmou que a hipótese mais provável é que isso tenha ocorrido em 2021, mas que os dados tenham sido divulgados somente agora. Foram expostas informações pessoais de antigos funcionários do TSE e ministros aposentados. “Um vazamento sem nenhuma relevância e qualquer consequência para o processo eleitoral”, disse o presidente do TSE. Além disso, Barroso esclareceu que o ataque ocorreu em Portugal e, como as urnas não estão em rede, “não são vulneráveis a um ataque que possa interferir no processo eleitoral”. “O fato de existirem ataques não tem significado em si, mas sim saber se produziram resultado. O de hoje não produziu nenhum resultado porque ele foi repelido e não se conseguiu entrar no sistema”, finalizou.

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