Funcionários da Eletrobras anunciam greve de 72 horas contra privatização

Senado prevê votar ainda nesta semana a desestatização da empresa; trabalhadores vão paralisar as atividades a partir de terça-feira, 15

  • Por Jovem Pan
  • 14/06/2021 19h08 - Atualizado em 14/06/2021 19h11
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Wilton Junior/Estadão Conteúdo Eletrobras Aprovada na Câmara dos Deputados em 19 de junho, a MP 1.031 precisa ser votada no Senado até o dia 22 de junho para não perder sua validade

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM) confirmou que os senadores devem iniciar nesta quinta-feira, 17, a votação da medida provisória 1.031, que prevê a privatização da Eletrobras. Em resposta ao anúncio de Pacheco, funcionários da Eletrobras comunicaram que começarão nesta terça-feira, 15, uma greve de 72 horas em protesto à votação do projeto. De acordo com a Federação Nacional dos Urbanitários, entidade que representa os trabalhadores do setor de energia, cerca de doze mil funcionários devem aderir à greve. Considerando que os serviços estarão paralisados, a organização reiterou que o fornecimento de energia elétrica no país deve funcionar normalmente no período, podendo sofrer no máximo um enfraquecimento.

“A paralisação é uma resposta ao agendamento da MP 1031 na pauta de votação do Senado. Este é um projeto criminoso. Um verdadeiro saqueio, pilhagem do patrimônio público, com o único objetivo de beneficiar privilegiados que sustentam o governo, especialmente banqueiros e especuladores. […]. Os trabalhadores querem bom senso e respeito ao povo brasileiro. Por isso, apelamos que os senadores tenham espírito republicano e responsabilidade com uma pauta de um setor tão estratégico para o país. A tramitação da MP 1031 deve ser interrompida imediatamente no Senado. Os impactos, as consequências econômicas e sociais do projeto de privatização da Eletrobras precisam ser discutidas pela sociedade brasileira”, registrou a entidade em nota.

Aprovada na Câmara dos Deputados em 19 de junho, a MP 1.031 precisa ser votada no Senado até o dia 22 de junho para não perder sua validade. Se os senadores não votarem a proposta dentro do prazo estipulado, o governo federal precisará enviar outra MP para ser discutida novamente no Legislativo, reiniciando assim o longo processo rumo à privatização da empresa.

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