Governadores discutem reserva de segunda dose a pessoas já imunizadas

Em mensagem enviada aos demais comandantes de estado, Wellington Dias, do Piauí, recomendou que secretários de saúde e prefeitos sejam orientados a garantir imunizante a quem recebeu primeira dose

  • Por André Siqueira
  • 19/01/2021 17h37
Agência Senado/Reprodução Wellington Dias é governador do Piauí Wellington Dias é o coordenador do Fórum dos Governadores na temática das vacinas

No mesmo dia em que os últimos estados começaram a vacinar sua população contra a Covid-19, os governadores passaram a discutir a reserva da segunda dose da Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, para garantir que as primeiras pessoas imunizadas não fiquem sem a segunda parte do imunizante. Em mensagem enviada aos demais governadores, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), recomendou que os secretários municipais de saúde e prefeitos sejam orientados a priorizar quem já foi imunizado. O motivo é simples: há o temor de que vacinação seja interrompida em razão da escassez de insumos para a fabricação dos imunizantes. O Brasil dispõe de 6 milhões de doses da CoronaVac – a primeira brasileira foi imunizada pelo governo do estado de São Paulo no domingo, 17.

“Acho importante orientação para postos de vacinação, secretários (as) municipais de saúde e prefeitos (as) para reservar uma vacina para cada vacina aplicada. Pois somente após a liberação deste lote de vacina teremos segurança para que mais pessoas sejam atendidas. Estou cobrando o cronograma firme para novas entregas”, diz Wellington Dias na mensagem. O governador do Piauí é coordenador do Fórum Nacional dos Governadores na temática das vacinas. Dias também fez uma segunda recomendação aos governadores: a instalação de um observatório pós-vacina, destinado ao acompanhamento de eventuais efeitos colaterais em pessoas imunizadas.

Como a Jovem Pan mostrou, o Brasil depende da importação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para fabricar as vacinas desenvolvidas pelo Instituto Butantan e pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, que será produzido pela Fiocruz. O governo do presidente Jair Bolsonaro negocia a importação de 2 milhões de doses adquiridas do laboratório indiano Serum, que manufatura a fórmula desenvolvida pela AstraZeneca, mas o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 18, que “não há resposta” até o momento. Diante do impasse, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) irá se reunir, na quarta-feira, 20, com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, para tratar da liberação dos insumos – o envio depende do aval do governo chinês.

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