Lula cobra participação das famílias e defende regulação das redes sociais para manter paz nas escolas

Presidente se reuniu com chefes dos Três Poderes, governadores e ministros para debater ações integradas contra ataques 

  • Por Jovem Pan
  • 18/04/2023 13h21 - Atualizado em 18/04/2023 14h23
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TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Lula Presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza reunião com chefes dos três poderes, governadores, Prefeitos e Ministros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta terça-feira, 18, a responsabilidade das famílias e das plataformas de redes sociais para a manutenção da paz nas escolas. Em reunião com chefes dos Três Poderes, governadores e ministros de Estado sobre ações integradas contra ataques nas escolas, o mandatário disse que apenas a adoção de medidas de segurança pública, como a instalação de detectores de metais ou aumento do policiamento, não vai garantir a paz no ambiente escolar: “Não vamos resolver isso com dinheiro, vamos resolver com atitude”, disse Lula, que cobrou também a participação dos pais, afirmando que a criança “repercute na escola o que vê dentro de casa”. “A família tem que ter a responsabilidade de ajudar. (…) Sem a participação dos pais, a gente não recupera o sistema educacional. Vamos transformar as escolas em segurança máxima?”, questionou, rechaçando a instalação de ferramentas de detecção de metal ou revistas nos colégios. “Seria patético as crianças sendo revistadas”, acrescentou.

Sobre as redes sociais, que Lula prefere chamar de redes digitais, o presidente da República criticou as empresas pela divulgação indiscriminada de conteúdos e voltou a defender, ainda que indiretamente a regulação das mídias, uma proposta já levantada pelo petista e seus aliados em outras ocasião. “Resumiria essa reunião na frase de Alexandre de Moraes: as pessoas não podem fazer na rede digital o que é proibido na sociedade. Não é possível que possa pregar o ódio, ficar fazendo propaganda de arma, ensinando criança a atirar. É o que vemos todo santo dia”, afirmou, em aceno ao ministro do Supremo Tribunal Federal, que pediu maior celeridade das big techs e transparência. “Se não houver uma autorregularão e uma regulamentação em determinados standards, modelos a serem seguidos, vamos ter a continuidade dessa instrumentalização pelas redes para incentivar ataques nas escolas”, disse Moraes.

As autoridades se reuniram no Palácio do Planalto nesta terça-feira para debater estratégias e esforços de todos os entes federados para ampliar a segurança no ambiente escolar após os ataques em Blumenau e São Paulo. Ao longo do pronunciamento, Lula também ponderou que é preciso ter “coragem” para discutir “a diferença entre a liberdade de expressão e cretinice”. “As chamadas plataformas, as chamadas grandes empresas que ganham dinheiro com a divulgação da violência, estão cada vez mais ricos. Alguns são os empregados mais ricos do planeta terra e continuam divulgando qualquer mentira. Não tem critério”, declarou, condenado os ataques a escolas. “Invariam um lugar que é tido como um lugar de segurança. É verdade que toda mãe quando leva filho para um creche ela tem certeza que o filho está seguro, isso ruiu. E ruiu porque temos um instrumento avassalador. Não é o telefone que é ruim, as redes, que deveríamos chamar de redes digital do bem e do mal e há predominância da rede digital do mal”, acrescentou.

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