Lula diz que Trump foi ‘induzido a acreditar em mentira’, afirma que não está a fim de briga, mas avisa: ‘Se quiser, vai ter’

Presidente brasileiro contestou o argumento da Casa Branca de que Jair Bolsonaro é perseguido no Brasil e declarou que sobretaxa de 50% se baseia em desinformação

  • Por da Redação
  • 25/07/2025 18h00 - Atualizado em 26/07/2025 12h11
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Ricardo Stuckert/PR Lula durante cerimônia do Novo PAC em Osasco, na Grande São Paulo Lula durante cerimônia do Novo PAC em Osasco, na Grande São Paulo

Durante evento em Osasco (SP) nesta sexta-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou críticas ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ao discursar na cerimônia do programa Periferia Viva, Lula afirmou que Trump foi “induzido a acreditar numa mentira” ao defender Jair Bolsonaro (PL) e disse que a sobretaxa de 50% imposta aos produtos brasileiros pelo governo norte-americano se baseia em desinformação.

“Se o presidente Trump tivesse me ligado, eu explicaria o que está acontecendo com o ex-presidente. Ele foi induzido a acreditar numa mentira de que o Bolsonaro está sendo perseguido. Não está. Ele está sendo julgado, com todo o direito de defesa”, declarou Lula. “Eu não quero brigar. Mas se quiser continuar brigando comigo, aí vai ter.”

O presidente também afirmou que Bolsonaro tentou impedir sua posse e a do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e que o plano envolvia até mesmo o assassinato de ambos. “Chegou a montar uma equipe para matar o Lula, o Alckmin e o Moraes. Isso já está provado, por delação deles mesmos”, disse, em referência a investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O general Mario Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro, admitiu ser o autor do plano, mas por ora não implicou o ex-presidente.

Ao comentar o embate político com bolsonaristas, Lula comparou Eduardo Bolsonaro a Joaquim Silvério dos Reis, conhecido por trair o inconfidente Tiradentes. “Esses cidadãos que usavam a camisa da seleção e a bandeira nacional estão agora agarrados na bota do presidente dos Estados Unidos pedindo intervenção no Brasil. Junta a falta de patriotismo com traição”, afirmou.

No mesmo discurso, Lula comentou a regulação das plataformas digitais e criticou o papel das big techs na disseminação de discursos de ódio. “Nós vamos fazer regulação. Eles têm que respeitar a legislação brasileira. Não pode ficar promovendo ódio entre adolescentes, contando mentiras, tentando destruir a democracia”, disse. O presidente também abordou temas como desigualdade social e segurança pública. Ao falar sobre o programa Celular Seguro, que visa combater o roubo de celulares, Lula disse que o crime é cometido por “um pobre desgraçado contra outro pobre desgraçado nas periferias”.

Sobre a situação econômica com os EUA, Lula afirmou que o Brasil tem um déficit comercial com os norte-americanos e defendeu o diálogo. “Eles têm um superávit de US$ 410 bilhões em 15 anos. Quem deveria estar reclamando éramos nós. Mas não estamos, estamos querendo negociar”, pontuou. Lula ironizou ainda a decisão judicial que obrigou Bolsonaro a usar tornozeleira eletrônica. “Quando me propuseram acordo para ir para casa de tornozeleira, eu disse que não troco minha dignidade pela minha liberdade. Não sou pombo-correio.”

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O evento também foi marcado por um breve tumulto: um homem gritou “ladrão” contra o presidente e foi retirado por seguranças. Lula se manteve em silêncio durante a confusão e, em seguida, afirmou: “Nós não aceitamos provocação e não jogamos o jogo rasteiro dos adversários.” Ao final do discurso, Lula fez um gesto político ao ex-deputado João Paulo Cunha, condenado no escândalo do Mensalão: “João Paulo, trate de voltar para a política. Pare de ganhar dinheiro como advogado em Brasília e venha para a porta de fábrica fazer comício.”

Publicado por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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