Mais de 40 procuradores pedem a Aras investigação de Bolsonaro por falas contra urnas
Ofício menciona ‘clara campanha de desinformação’ do presidente durante reunião com embaixadores
Um grupo de 43 procuradores do Ministério Público Federal (MPF) encaminhou um ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras, também na função de procurador-geral Eleitoral, pedindo a abertura de uma investigação respeito dos ataques e declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, em reunião com embaixadores na segunda-feira, 18. Na representação, o procurador federal dos Direitos do Cidadão Carlos Alberto Vilhena, ao lado de outros 42 procuradores regionais dos direitos do cidadão, acusa o Chefe do Executivo de proferir “inverdades contra a estrutura do Poder Judiciário Eleitoral e a democracia brasileira, em clara campanha de desinformação”. O documento assinado por representantes de todo o país cita 19 declarações de Bolsonaro feitas durante o encontro e rebatidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como a alegação de que apenas dois países do mundo usam sistema semelhante ao brasileiro; de que um hacker poderia excluir nome dos candidatos nas urnas; que auditoria solicitada pelo PSDB disse que sistema é inauditável e que o ministro Edson Fachin resolveu tornar o ex-presidente Lula elegível, entre outros.
“A desinformação deve ser veemente combatida, pois cria narrativas paralelas que tentam formar opiniões com base em manipulação”, diz o ofício, que também menciona que a conduta do presidente Jair Bolsonaro “afronta e avilta a liberdade democrática” para “desestabilizar e desacreditar o processo e as instituições eleitorais”. “Adote todas as providências cabíveis e consideradas necessárias para a completa apuração dos fatos acima narrados, considerando a missão constitucional de proteção da democracia”, encerra o ofício, com a assinatura eletrônica dos 43 procuradores. Vale lembrar que a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) assinou termo de cooperação com o TSE em abril deste ano, se dispondo a auxiliar na “defesa da integridade do processo eleitoral e da confiabilidade do sistema eletrônico de votação”.
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