‘Medidas restritivas extrapolam até mesmo um estado de sítio’, diz Bolsonaro
‘Apelo a todas as autoridades que revejam essa política e permitam que o povo vá trabalhar’, afirmou o presidente; declaração ocorre após o país superar um novo recorde, com 3.780 mortes por Covid-19
Um dia depois do Brasil bater um novo recorde no número de mortes causadas pela Covid-19, com 3.780 óbitos registrados em 24 horas, segundo dados do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass), o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar as medidas de isolamento social adotadas por prefeitos e governadores. Na coletiva de imprensa em que o governo federal anunciou a data do início de pagamento da nova rodada do auxílio emergencial, Bolsonaro disse que “não é ficando em casa que vamos resolver esse problema” e que “essas medidas restritivas, com toque de recolher, com supressão do direito de ir e vir, extrapolam, e muito, até mesmo um estado de sítio”. “O Brasil tem que voltar a trabalhar. A população brasileira tem que voltar a trabalhar. Alguns decretos tem superado, e muito, o que seria até um estado de sítio no Brasil. O estado de sítio não é o presidente que decreta, ele pode mandar o decreto para o Parlamento, mas só depois que a Câmara e o Senado concordem com isso é que ele entraria em vigor lá na frente. Essa política, entendo eu, desse isolamento, dessas medidas restritivas, com toque de recolher, com supressão do direito de ir e vir, extrapola e muito até mesmo um estado de sítio. Eu apelo a todas as autoridades do Brasil que revejam essa política e permitam que o povo vá trabalhar”, afirmou.
O auxílio emergencial começará a ser pago na terça-feira, 6, e terá quatro parcelas, com valor médio de R$ 250 – o benefício pode variar de R$ 150 a R$ 375, a depender da configuração familiar. “Essa política [de isolamento social] ainda está sendo adotada, mas o espírito dela era buscar achatar a curva de contaminação enquanto os hospitais se preparavam com leitos de UTI, respiradores, para que as pessoas não viessem a perder suas vidas por falta de atendimento. O governo federal dispensou bilhões de reais para a Saúde. O governo sabe que não pode continuar por muito tempo com estes auxílios, que custa para toda a população e pode desequilibrar a nossa economia. O apelo que a gente faz aqui é que essa política de lockdown seja revista. Isso cabe, na ponta da linha, aos governadores e aos prefeitos. Só assim poderemos voltar à normalidade. Temos assistidos em vários países na Europa uma fadiga, um estresse, no tocante à política de lockdown. A população não apenas quer, precisa trabalhar. Nenhuma nação se sustenta por muito tempo com esse tipo de política. Queremos voltar à normalidade o mais rápido possível, buscando medidas para combater a pandemia, como temos feito com a questão das vacinas. O Brasil, em números absolutos e em números relativos também, está em uma posição bastante privilegiada. Gostaríamos de ser os primeiros, mas fazemos o possível para atender a população com vacinas”, disse o presidente da República.
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