‘Minha ajuda a candidatos a prefeito resumiu-se a quatro lives’, justifica Bolsonaro 

Dos 13 nomes apoiados abertamente pelo presidente, nove não foram eleitos

  • Por Jovem Pan
  • 16/11/2020 11h31 - Atualizado em 16/11/2020 21h40
THIAGO RIBEIRO/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - 15/11/2020 Jair Bolsonaro fez lives em seu Facebook como uma espécie "horário eleitoral" pessoal

O resultado das eleições municipais divulgados na noite de domingo, 15, mostraram um abalo na onda bolsonarista que atingiu o Brasil em 2018. Dos 13 candidatos à prefeitura apoiados abertamente pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), 9 não foram eleitos. O presidente usou suas redes sociais para minimizar sua derrota como cabo eleitoral. “Minha ajuda a alguns poucos candidatos a prefeito resumiu-se a quatro lives num total de três horas”, escreveu o presidente. Bolsonaro, no entanto, apareceu no horário eleitoral televisivo de dois candidatos à prefeitura das duas das maiores capitais brasileiras: Celso Russomanno (Republicanos) em São Paulo e Marcelo Crivella (Republicanos) no Rio de Janeiro. Russomanno ficou em quarto lugar na corrida eleitoral da capital paulista, com 10,5% dos votos, e Crivella conseguiu atingir o suficiente para ir ao segundo turno ao lado de Eduardo Paes (DEM).

“Há 4 anos, Geraldo Alkmin elegeu João Doria prefeito de São Paulo no primeiro turno. Dois anos depois, Alckmin obteve apenas 4,7% dos votos na disputa presidencial”, justificou Bolsonaro sobre sua derrota, tentando projetar uma vitória para ele em 2022. “Para 2022, a certeza de que, nas urnas, consolidaremos nossa democracia com um sistema eleitoral aperfeiçoado”, continuou. O presidente também afirmou que a esquerda sofreu uma “uma histórica derrota nessas eleições” deste ano e que os resultados seriam uma “clara sinalização de que a onda conservadora chegou em 2018 para ficar”. Apesar do fim do protagonismo do PT, que é referência de esquerda no Brasil, outros partidos se destacaram nas capitais. O PSOL levou Guilherme Boulos para o segundo turno em São Paulo e Edmilson Rodrigues, em Belém (Pará). Manuela D’Ávila do PCdoB foi para segundo turno em Porto Alegre. O Partido dos Trabalhadores também levou dois candidatos ao segundo turno: João Coser em Vitória (ES) e Marília Arraes em Recife – PE. Outros partidos de esquerda e centro-esquerda também colocaram candidatos no segundo turno como PDT, em Fortaleza e Aracaju; PSB, em Maceió, Recife e Rio Branco; PROS, em Fortaleza; e Solidariedade, em Boa Vista.

Outros candidatos a prefeito que foram apoiados pelo presidente e não foram eleitos são Bruno Engler (PRTB – BH), Delegada Patrícia (Podemos – Recife), Coronel Menezes (Patriota – Manaus), Oscar Rodrigues (MDB – Sobral), Júlia Zanatta (PL – Criciúma), Doutor Serginho (Republicanos – Cabo Frio) e Morgana Macena (MDB – Cabedelo). Bolsonaro conseguiu eleger dois prefeitos: Gustavo Nunes (PSL) em Ipatinga (MG) e Mão Santa (DEM) em Parnaíba (PI). Além de Crivella, capitão Wagner (PROS) também foi apoiado pelo presidente e vai disputar o segundo turno em Fortaleza (CE). O filho do presidente, Carlos Bolsonaro (Republicanos), candidato à reeleição para vereador no Rio, foi reeleito, com cerca 71 mil votos. Em 2016, Carlos foi o vereador mais votado com 106.657 dos votos, mas perdeu o posto para Tarcisio Motta (PSOL), que teve cerca de 86 mil. O presidente também não conseguiu eleger Wal do Açaí, acusada de ser funcionária fantasma do gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, como vereadora em Angra dos Reis (RJ).

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.