Moraes determina que ex-estagiária de Lewandowski seja ouvida pela PF

Segundo mensagens obtidas pela Polícia Federal, Tatiana Garcia Bressan passava informações sobre a Corte ao blogueiro Allan dos Santos

  • Por Jovem Pan
  • 06/10/2021 14h54 - Atualizado em 06/10/2021 16h57
Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil ministro alexandre de moraes Alexandre de Moraes determinou que a estagiária seja ouvida pela PF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira, 6, que Tatiana Garcia Bressan, ex-estagiária do ministro Ricardo Lewandowski, seja ouvida pela Polícia Federal. Segundo informações da PF obtidas pela Folha de S.Paulo, a funcionária — que estagiou no gabinete de Lewandowski de julho de 2017 a janeiro de 2019 —  passava informações sobre o trabalho dos ministros da Corte ao blogueiro Allan dos Santos, investigado no inquérito das fake news. Por meio da quebra de sigilo telefônico dele, a polícia obteve conversas por mensagem entre Tatiana e Allan. A estagiária teria procurado o blogueiro para demonstrar interesse em trabalhar no gabinete da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF). Allan, por sua vez, pediu que Tatiana atuasse como “informante” no gabinete de Lewandowski. “Será uma honra. Estou lá kkk”, respondeu.

Na troca de mensagens, o blogueiro questionou Tatiana sobre o que ela viu de mais “espantoso” no gabinete do ministro. Ela respondeu que os magistrados “decidem o que querem e como querem” e que “algumas decisões são modificadas porque alguém importante liga para o ministro.” A estagiária também disse que o general Villas Bôas, ex-comandante do Exército, tinha “trânsito com quase todos os ministros”. Em nota enviada à Folha, o gabinete de Lewandowski disse que todas as decisões proferidas por ele “têm fundamentação constitucional e a eventual modificação delas ocorre por meio de recursos cabíveis, apresentados nos autos e julgados individual ou coletivamente”. Disse ainda que o ministro “atende os telefonemas institucionais, principalmente vindos de autoridades da República” e que, na época mencionada, “o general Villas Bôas era comandante do Exército Brasileiro”.

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