Moraes é novo relator do inquérito que investiga interferência de Bolsonaro na PF
Ministro foi sorteado nesta terça-feira, 20, para ocupar relatoria deixada por Celso de Mello, que se aposentou no último dia 13, no inquérito que investiga o presidente
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sorteado nesta terça-feira, 20, como o novo relator do inquérito que apura a possível interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do STF. Ele ocupará a vaga deixada pelo ministro Celso de Mello, que se aposentou do cargo no último dia 13 de outubro. O sorteio de um novo relator para o inquérito foi determinado ainda nesta terça-feira pelo presidente do STF, Luiz Fux. Pela tradição, os processos analisados por Celso de Mello deveriam ser repassados para seu sucessor, que pode ser o desembargador Kassio Nunes Marques, indicado por Jair Bolsonaro.
Após um pedido da defesa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, no entanto, o inquérito foi redistribuído por meio de sorteio eletrônico. Na ocasião, Moro pediu que a Corte considerasse “a natureza célere do procedimento inquisitorial bem como o prazo concedido para o seu término”. O indicado por Jair Bolsonaro deve ser sabatinado nesta quarta, 21. Alexandre de Moraes também é relator do inquérito das Fake News, que apura a veiculação de notícias falsas na internet e ameaças contra ministros do Supremo. Ele chegou a ser criticado por bolsonaristas no mês de junho após determinar que a Polícia Federal prendesse seis apoiadores do presidente por manifestações antidemocráticas e atos classificados como antidemocráticos realizados durante a pandemia.
Interferência de Bolsonaro na PF
O inquérito que investiga o presidente Jair Bolsonaro por uma suposta interferência na Polícia Federal foi aberto pelo ministro Celso de Mello no fim do mês de abril, pouco após a saída de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública. Na ocasião, Moro afirmou que decidiu deixar o governo porque o presidente queria trocar o diretor-geral da Polícia Federal “sem motivação específica”. Ele disse, ainda, que o presidente queria “contatos pessoais” dele dentro do órgão para colher informações. “Falei para o presidente que seria uma interferência política. Ele disse que seria”, disse Moro na ocasião.
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