Mourão sinaliza reforma ministerial e indica que Ernesto Araújo pode ser demitido

Vice-presidente disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que governo deve promover reorganização para acomodar ‘nova composição política que emergir’ das eleições para as presidências da Câmara e do Senado

  • Por Jovem Pan
  • 27/01/2021 14h53 - Atualizado em 27/01/2021 15h07
Chico Ferreira/Estadão Conteúdo Declaração foi dada nesta quarta-feira, 27, em entrevista à Rádio Bandeirantes

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, nesta quarta-feira, 27, que o governo federal poderá substituir o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, após a eleição para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado, marcada para o dia 1º de fevereiro. “Não tenho bola de cristal, nem esse assunto foi discutido comigo. Mas em um futuro próximo, depois da eleição dos novos presidentes das duas Casas do Congresso poderá ocorrer uma reorganização do governo para que seja acomodada uma nova composição política que emergir desse processo. Talvez com isso aí alguns ministros sejam trocados, entre eles, o próprio Ministério das Relações Exteriores. Então, prefiro aguardar. Até porque esse assunto não foi discutido comigo em nenhum momento, e tudo o que eu puder falar aqui será pura especulação”, disse em entrevista à Rádio Bandeirantes. Mourão ressaltou, no entanto, que esta é uma decisão da alçada do presidente Jair Bolsonaro. “No caso específico das Relações Exteriores, é algo que fica na alçada do presidente”, acrescentou.

Ministro integrante da chamada ala ideológica do governo, Ernesto Araújo colecionou atritos com a China, de quem o Brasil depende para receber os insumos necessários para a produção de vacinas. Apesar das críticas dos opositores, Araújo goza de prestígio com a família Bolsonaro. Na quinta-feira, 21, em sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não demitiria o chanceler. “Quem demite ministro sou eu”, disse. O chefe do Executivo também negou que estaria sofrendo pressão do governo chinês para exonerar o ministro das Relações Exteriores como condição para receber a matéria-prima necessária para a produção da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac, da China.

Na segunda-feira, 25, Bolsonaro anunciou, em suas redes sociais, que os insumos para a produção da CoronaVac chegarão ao Brasil “nos próximos dias”. Na publicação, agradeceu Ernesto Araújo pelo “empenho” nas tratativas. Na terça-feira, 26, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, que o material será enviado até o dia 3 de fevereiro.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.