‘Não sou eu que estou obstruindo, é a base do governo’, diz Maia

Nas últimas duas semanas, as sessões da Câmara foram derrubadas por falta de quórum; Nenhum projeto foi votado e partidos disputam a instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO)

  • Por Jovem Pan
  • 27/10/2020 15h36 - Atualizado em 27/10/2020 16h06
ANTONIO MOLINA/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 23/10/2020 Rodrigo Maia afirmou que o governo não tem interesse nas medidas provisórias

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira, 27, em coletiva de imprensa, que o governo não tem interesse em votar medidas provisórias. Ao ser perguntado sobre quando a Câmara vai retomar as sessões de votação, Maia afirmou que não sabe. “Não sou eu que estou obstruindo [as votações], é a base do governo”, respondeu. Os partidos Avante, PL, PP e PSD têm obstruído votações na Casa devido a disputas na instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO).

A oposição, PT, PDT, PSB, PCdoB, PSOL e Rede, também obstruiu sessões como uma forma de protesto para que a Medida Provisória 1.000, que prorroga o auxílio emergencial, seja pautada na Casa. “A esquerda de forma legítima faz protesto pela MP 1.000”, afirmou Maia. “Se o governo não tem interesse nessas medidas provisórias, eu não tenho o que fazer. Eu pauto, a base obstrui e eu cancelo a sessão. Infelizmente, é assim”, argumenta o presidente da Câmara. Nas últimas duas semanas, as sessões foram derrubadas por falta de quórum. Nenhum projeto foi votado.

“Eu espero que, quando nós tivermos que votar a PEC emergencial, a reforma tributária, o governo tenha mais interesse e a própria base tire a obstrução da pauta da Câmara”, disse Maia, que afirmou que a reforma tributária já está incluída na pauta da Casa. “Agora, quando também tiver uma medida provisória importante que vá vencer, talvez outros façam obstrução para que o governo entenda que a Câmara precisa trabalhar”, ameaçou. Para Maia, as MPs deveriam ser mais do interesse da base do que da oposição. “Seria importante, até porque, na hora de votar as emendas constitucionais, o governo vai precisar de 308 votos”, explicou. “A gente precisa de um ambiente de menos conflito para votar matérias dificílimas, começando pela regulamentação do teto de gastos.”

 

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