O que os tucanos pensam sobre a possibilidade de Alckmin ser vice na chapa de Lula
Na última sexta-feira, ex-governador de São Paulo disse se sentir ‘muito honrado’ de ter o seu nome lembrado, mas já afirmou que há ‘muitas especulações’ sobre seu futuro na política
Embora as duas partes não descartem a possibilidade, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin não deve compor a chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial de outubro de 2022. É o que dizem aliados e pessoas próximas ao tucano ouvidas pela Jovem Pan. No entorno de Alckmin, prevalece a avaliação de que sua prioridade é retornar ao Palácio dos Bandeirantes para um quinto mandato.
Neste final de semana, Lula afirmou, em coletiva de imprensa no Parlamento Europeu, em Bruxelas, na Bélgica, que “não há nada que aconteceu entre mim e o Alckmin que não possa ser reconciliado”. Os dois foram adversários na disputa pela Presidência da República em 2006. Na sexta-feira, 12, o ex-governador de São Paulo disse não ter “diferenças intransponíveis” com o petista, acrescentando que ficou “muito honrado” de ter o seu nome lembrado. “Já disseram que eu vou ser candidato ao Senado, a governador, a vice-presidente. Vamos ouvir. Fico muito honrado da lembrança do meu nome”, disse após participar da gravação do reality “O Político”, criado pelo ex-governador paulista Márcio França (PSB). No início do mês de novembro, diante das especulações, Alckmin já havia se manifestado nas redes sociais. “Muitas especulações têm surgido nos últimos dias sobre nosso futuro político. Sigo percorrendo São Paulo e pensando nos problemas da nossa gente. Quero deixar claro que vocês, com os quais me comunico aqui, serão os primeiros a saber de qualquer novidade”, escreveu em seu perfil no Twitter.
“O Geraldo gosta de governar São Paulo”, resume um ex-parlamentar próximo a Alckmin. Segundo pesquisa Datafolha divulgada no mês de setembro, Alckmin lidera a corrida pelo comando do Estado de São Paulo, com 26% das intenções de voto. Fernando Haddad, do PT, está numericamente em segundo, com 17%. No cenário sem o tucano, porém, o ex-prefeito de São Paulo aparece na primeira colocação. Para aliados, outros dois fatores ajudam a explicar por que é improvável que o ex-governador componha a chapa de Lula no ano que vem. Alckmin está de saída do PSDB, seu único partido desde que ingressou na política. Seu destino deve ser o PSD, de Gilberto Kassab, que trabalha para lançar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como candidato à Presidência da República. No início do mês, ao comentar com a Jovem Pan a filiação do apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, ao partido, Kassab reforçou que o parlamentar mineiro será postulante ao Palácio do Planalto. Por fim, há quem afirme que Alckmin teria dificuldades para explicar ao eleitor tucano uma eventual aliança com o PT, com quem o PSDB tradicionalmente polarizou as disputas nas urnas.
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