Omar Aziz rebate ataque de Bolsonaro: ‘A onça vai pegar o macaco guariba’

Em conversa com apoiadores, na manhã desta segunda-feira, o chefe do Executivo federal chamou o senador, presidente da CPI da Covid-19, de ‘anta amazônica’

  • Por Jovem Pan
  • 19/07/2021 17h11 - Atualizado em 19/07/2021 18h19
Pedro França/Agência Senado Senador Omar Aziz discursa no Senado Nas últimas semanas, troca de farpas entre Bolsonaro e membros da CPI tem se tornado frequente

O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), rebateu o ataque feito, na manhã desta segunda-feira, 19, pelo presidente Jair Bolsonaro. Em conversa com apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo federal chamou o senador de “anta amazônica” e afirmou que a comissão, que apura as ações e omissões da União no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, é comandada por “três otários”, em referência a Aziz, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente, e Renan Calheiros (MDB-AL), relator do colegiado. Em um vídeo publicado em seu perfil no Twitter, o parlamentar do PSD comparou Bolsonaro a um macaco guariba e disse que ele será pego pela “onça”. “O senhor me chamou de anta amazônica. O senhor não sabe o que é uma anta amazônica, mas quem trabalhou aqui, quem serviu aqui, os valorosos militares que serviram na Amazônia, sabem o que a anta amazônica significa para o meio ambiente. Agora, sabe quem é o predador do macaco guariba? É a onça, presidente. É a onça que está atrás do macaco guariba. [O macaco guariba] É aquele que eu já expliquei o que significa: é aquele que, quando foge da onça, urina e defeca pelos orifícios, para se proteger. Presidente, a onça vai pegar o macaco guariba, tenha certeza.”

Aos apoiadores, Bolsonaro comentava as denúncias sobre a compra de doses da CoronaVac que envolvem o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Na sexta-feira, 16, o jornal Folha de S. Paulo revelou um vídeo no qual o general do Exército promete a um grupo de intermediadores, liderados por um empresário identificado apenas como John, comprar 30 milhões de doses do imunizante – naquele caso, o preço seria quase três vezes maior do que o valor negociado diretamente com o Instituto Butantan. “O que a imprensa fazia naquela época? ‘Tem que comprar vacina, não interessa o preço’. Agora, quem queria comprar vacina, não interessando o preço e sem passar pela Anvisa era o Omar Aziz. Isso está documentado em uma emenda que ele apresentou em uma medida provisória nossa, sobre vacina, bem como o irmão do Renan Calheiros, o Renildo Calheiros, apresentou uma emenda igualzinha, que Estados e municípios podiam comprar vacina sem a certificação da Anvisa e sem licitação”, afirmou o presidente. “Imagina se aprova isso, hein, Omar Aziz? Mais conhecido como anta amazônica. Anta amazônica. Imagina se tivesse passado isso? Hein, Renan Calheiros? Teu irmão, Renan Calheiros. PCdoB, o partido. Não vou falar o que é o C, né. C do Brasil. Estariam alguns prefeitos e governadores comprando vacina a R$ 30 ou R$ 50 a dose, pode vacina até da Lua, porque não precisava passar pela Anvisa”, acrescentou.

Nas últimas semanas, a troca de farpas entre o presidente e os membros da CPI tem se tornado frequente. Na quinta-feira, 8, Bolsonaro recebeu uma carta, enviada pela cúpula da comissão, na qual os senadores Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros pediam explicações acerca da denúncia apresentada pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que apontou irregularidades na compra das 20 milhões de doses da Covaxin. Em sua live semanal, ele afirmou: “Hoje, o Omar, o Renan e o saltitante fizeram uma festa lá embaixo na Presidência, entregaram documento, pô, responder pergunta à CPI. Sabe qual é minha resposta, pessoal? Caguei. Caguei para CPI. Não vou responder nada”. Na terça-feira, 13, na esteira da nota divulgada pelo Ministério da Defesa e pelos três comandantes das Forças Armadas, Aziz criticou as motociatas realizadas por Bolsonaro, chamando-o de “presidente motoqueiro”.  “O Brasil tem um presidente motoqueiro que em vez de ir a Estados e municípios visitar um hospital, visitar uma família que perdeu um ente querido, vai assacar contra os adversários. É uma pessoa que não tem sensibilidade, é um agressor de mulheres. Ele gosta de gritar com as mulheres, mas adora andar de moto. Grande motoqueiro o Brasil tem, péssimo presidente o Brasil tem”, disparou o presidente da comissão do Senado.

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