PDT muda de posição e define voto contrário à PEC dos Precatórios

Apesar da definição, uma ala da legenda deve manter o voto favorável à proposta, que altera teto de gastos e abre espaço fiscal para pagamento do Auxílio Brasil

  • Por André Siqueira
  • 09/11/2021 13h05
Cleia Viana/Câmara dos Deputados Parlamentar discursa na Câmara Deputado Wolney Queiroz é o líder do PDT na Câmara dos Deputados

Em meio à crise interna que atingiu o partido, o PDT mudou de posição e definiu o voto contrário à PEC dos Precatórios no segundo turno, que deve ocorrer nesta terça-feira, 9, na Câmara dos Deputados. Na primeira votação, a sigla foi a única entre as legendas de oposição a orientar o voto “sim”, o que, na prática, garantiu a vitória do governo Bolsonaro. A proposta foi aprovada com 312 votos, quatro a mais do que o necessário. Dos 24 pedetistas, 15 foram a favor do texto, que adia o pagamento das dívidas da União reconhecidas pela Justiça, altera a regra do teto de gastos e abre espaço fiscal que viabiliza o Auxílio Brasil. O posicionamento majoritário causou um efeito imediato: o ex-ministro Ciro Gomes suspendeu sua pré-candidatura à Presidência da República.

A mudança de posição foi acertada na noite desta segunda-feira, 8, após uma reunião entre os 15 parlamentares que foram a favor da proposta e lideranças da sigla. O anúncio foi feito pelo líder do PDT na Câmara, Wolney Queiroz (PE), em seu perfil no Twitter. “Hoje à noite, por maioria, decidimos mudar a posição da bancada na votação em segundo turno da PEC 23. A decisão se deu em nome da preservação da nossa unidade partidária”, escreveu. Apesar da sinalização, a Jovem Pan apurou que uma ala da sigla não seguirá a orientação. Trata-se do grupo de parlamentares que estão de saída do partido. Entre eles, estão Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI) e Marlon Santos (RS). O deputado gaúcho, inclusive, se ausentou na primeira votação.

Apesar da divisão, a cúpula do partido espera reverter 10 votos. Nos últimos dias, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, atuou como uma espécie de bombeiro e fez diversas ligações aos deputados que votaram com o governo Bolsonaro no primeiro turno. Segundo relatos feitos à Jovem Pan, o dirigente disse aos parlamentares que a mudança de posição serviria, além de deixar clara a oposição da sigla ao Planalto, para “salvar” a candidatura de Ciro Gomes.

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