Plano de Bolsonaro para São Paulo esbarra em acordo do PL com vice de Doria

Presidente queria ter o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, como candidato ao governo de São Paulo, mas ideia é rejeitada por dirigentes da legenda do Centrão

  • Por André Siqueira
  • 12/11/2021 18h03
Carolina Antunes/PR Homens sorriem em evento público Partido de Valdemar Costa Neto sinalizou com a possibilidade do ministro disputar a cadeira de Goiás ao Senado

O presidente Jair Bolsonaro ainda não formalizou sua filiação ao Partido Liberal (PL), mas a cúpula da sigla já trabalha para viabilizar chapas e palanques para as eleições de 2022. O chefe do Executivo federal quer ter autonomia para indicar aliados em locais considerados importantes e visa eleger uma bancada robusta, sobretudo, no Senado, onde o governo tem acumulado derrotas, mas o plano para o Estado de São Paulo esbarra em um acordo da legenda do Centrão com o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que disputará o pleito para tentar suceder o governador João Doria (PSDB).

Bolsonaro pretendia lançar o ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, como candidato ao governo de São Paulo. Dentro do PL, porém, a ideia é rechaçada. Primeiro, porque os liberais integram a base de apoio ao governo Doria na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp) e fecharam um acordo para apoiar a candidatura de Rodrigo Garcia ao Palácio dos Bandeirantes. Internamente, a possibilidade da costura ser desfeita é tida como impossível, uma vez que o presidente nacional da agremiação, Valdemar Costa Neto, preso no escândalo do Mensalão, é conhecido como um homem de palavra. Além disso, dirigentes do partido afirmam que o ministro não tem nenhum vínculo com a política paulista.

Na quarta-feira, 10, em entrevista a uma rádio do Espírito Santo, Bolsonaro não falou explicitamente sobre o caso do ministro da Infraestrutura, mas disse que precisava acertar um “pequeno detalhe” com Valdemar Costa Neto antes de oficializar sua ida ao PL. “Hoje vou conversar com o Valdemar Costa Neto e acho que devemos bater o martelo. Só tem um pequeno detalhe que envolve São Paulo, que tem 30 milhões de eleitores, é segundo maior PIB do país, depois da União”, disse. Apesar da rejeição ao nome de Tarcísio em São Paulo, a Jovem Pan apurou que o partido do Centrão acenou com a possibilidade de o auxiliar presidencial ser o candidato da legenda ao Senado pelo Estado de Goiás.

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