Plano de trabalho da CPI da Covid-19 prevê oitivas de Pazuello, Araújo, Guedes e prefeito de Manaus

Minuta também defende convocação do ex-chefe da Secom, Fabio Wajngarten, do ex-comandante do Exército Edson Pujol e dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich

  • Por André Siqueira
  • 19/04/2021 16h44 - Atualizado em 19/04/2021 16h45
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Dida Sampaio/Estadão - 06/03/2021 Ministros de máscara em evento no Planalto A proposta de autoria do senador Alessandro Vieira está sujeita à aprovação dos demais integrantes da CPI

Às vésperas da instalação da CPI da Covid-19, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) elaborou um plano de trabalho que prevê a convocação de, ao menos, seis ministros ou ex-ministros do governo Bolsonaro para dar explicações sobre o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no país. Segundo a minuta da proposta, obtida pela Jovem Pan, representantes do Fórum dos Governadores, secretários do Ministério da Saúde, integrantes da área de comunicação do Executivo federal, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), o secretário de Saúde do Amazonas e o coordenador do comitê de crise do Estado também devem ser convocados para oitivas. A primeira sessão do colegiado deve ocorrer na quinta-feira, 22, quando serão oficializados os nomes da cúpula da CPI – segundo acordo costurado pela maioria dos integrantes, Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL) serão, respectivamente, presidente, vice-presidente e relator.

Além do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, os senadores querem ouvir o ex-secretário executivo da pasta, coronel Élcio Franco, e o ex-comandante do Exército Edson Pujol, para explicar a produção de cloroquina, medicamento ineficaz no combate à Covid-19, pelo laboratório ligado às Forças Armadas. O atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pode ser ouvido para apresentar dados sobre a efetiva carência dos medicamentos e insumos que compõem o kit intubação em todo o país. Os parlamentares também defendem a convocação de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, antecessores de Pazuello na Saúde.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, deve ser chamado para dar explicações sobre os recursos gastos com o auxílio emergencial e de outras medidas econômicas de contenção da pandemia. Demitido após pressão do Congresso, o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, deve ser convocado para detalhar quais foram as ocasiões em que o Itamaray atuou para conseguir vacinas e insumos para o país e se questões ideológicas provocaram o insucesso dessa empreitada. A minuta também prevê um depoimento do ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Fábio Wajngarten, para detalhar as propagandas realizadas pelo governo federal para conscientizar a população.

Por questões sanitárias, o documento sugere que as sessões ocorram de forma semipresencial. “Audiências públicas e oitivas de testemunhas convocadas na qualidade de informantes poderiam ocorrer remotamente. Com relação às testemunhas que prestem compromisso e a eventuais acareações, os trabalhos podem funcionar de forma semipresencial, com apenas alguns dos Senadores in loco”, diz o texto.

O plano de trabalho também afirma que houve “tentativas de desacreditar e retardar, por disputa ideológica, a vacina Coronavac por ter sido desenvolvida por empresa chinesa em parceria com o Instituto Butantan”. “Quando dezenas de países já tinham adquirido vacinas e preparado planos de vacinação, o Ministério da Saúde sequer havia assegurado um estoque adequado de agulhas e seringas e tampouco de vacinas”, acrescenta a proposta.

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