Queiroga anuncia que decisão sobre vacinação de crianças só será tomada em janeiro
Na quinta-feira, 16, Anvisa autorizou aplicação do imunizante da Pfizer para pessoas entre 5 e 11 anos de idade; aprovação foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou, em coletiva de imprensa neste sábado, 18, que a decisão sobre o início da vacinação de crianças de 5 a 11 anos só será tomada no dia 5 de janeiro. O posicionamento do Ministério da Saúde foi divulgado dois dias após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar a aplicação da vacina da Pfizer contra a Covid-19 para esta faixa etária. Queiroga afirmou que o procedimento será adotado porque “a introdução desse produto no âmbito de uma política pública requer uma análise mais aprofundada”.
Queiroga afirmou que na quarta-feira, 22, a Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis (CTAI) “vai oferecer as suas opiniões e o seu documento técnico” para que a secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, leve o assunto para uma consulta pública “com toda a sociedade brasileira”. “No dia 4 de janeiro, faremos uma audiência pública no Ministério da Saúde para discutir o que foi oferecido em consulta pública, que, em adição ao posicionamento da CTAI, servirá de base para decisão final do Ministério da Saúde”, explicou o ministro.
“A vacinação de crianças é um tema sensível. Temos que dedicar a elas todo o nosso respeito e atenção e passar uma palavra de compromisso com a saúde pública e com o futuro do nosso Brasil, que são as nossas crianças”, seguiu o médico cardiologista. O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Bruno Bianco, também participou da coletiva de imprensa. Aos jornalistas, ele afirmou que apresentará ao Supremo Tribunal Federal (STF), entre este sábado, 18, e o domingo, 19, o cronograma do Ministério da Saúde para a vacinação de crianças. Na tarde desta sexta-feira, 17, o ministro Ricardo Lewandowski determinou que o governo federal apresentasse, em um prazo de 48 horas, a complementação do Plano Nacional de Imunização (PNI) com a inclusão das crianças.
“Temos obrigação de informar ao ministro relator, em 48 horas, todo esse procedimento. Com a maior transparência possível, levaremos essa informação ao Supremo Tribunal Federal entre hoje e amanhã e demonstraremos o papel do Ministério da Saúde nessa situação, o cronograma e dar toda a publicidade. É mais uma prestação de contas tanto ao STF quanto à sociedade. Apresentaremos o cronograma ao ministro e demonstraremos a evolução desse processo para que possamos ter um bom termo”, disse Bianco.
Em sua live da quinta-feira, 16, o presidente Jair Bolsonaro criticou a decisão da Anvisa que liberou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos e falou em “divulgar o nome” dos funcionários da agência reguladora que aprovaram a imunização para este grupo. “Deixar bem claro isso, não interfiro lá. Pedi extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento quem são essas pessoas e forme o seu juízo”, afirmou. Na transmissão ao vivo, o mandatário do país também disse que as vacinas são experimentais, o que não é verdade. O imunizante da Pfizer, por exemplo, tem registro definitivo na Anvisa, que atestou a eficácia e a segurança das doses aplicadas no Brasil.
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