Queiroga diz que Doria faz palanque com vacinas do governo: ‘Paulistas merecem alguém melhor’

Em publicação no Twitter, ministro da Saúde disse que governador usa artifício para tentar passar dos 3% nas pesquisas; indígena de 8 anos foi imunizado em evento simbólico do Estado de São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 14/01/2022 15h25 - Atualizado em 14/01/2022 15h58
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ANTONIO MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, usa máscara branca Na antevéspera de Natal, Queiroga e Doria já haviam discutido sobre vacinação infantil nas redes sociais

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, utilizou as redes sociais, nesta sexta-feira, 14, para atacar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Mais cedo, o tucano iniciou a imunização de crianças de 5 a 11 anos no país – o indígena Davi Seremrámiwe, de 8 anos, da etnia Xavante, foi o primeiro brasileiro a receber a vacina da Pfizer, em um evento simbólico no Hospital das Clínicas. Outras sete crianças do grupo prioritário foram imunizadas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a aplicação da vacina da farmacêutica americana no dia 16 de dezembro, mas as primeiras doses só foram entregues aos Estados nesta sexta.

“O político João Doria subestima a população. Está com as vacinas do governo brasileiro e do povo brasileiro em mãos fazendo palanque. Acha que isso vai tirá-lo dos 3%. Desista! Seu marketing não vai mudar a face da sua gestão. Os paulistas merecem alguém melhor. As vacinas pediátricas chegaram ao Brasil em tempo recorde! Logo após autorização da agência reguladora a farmacêutica começou a produzir as doses e garantiu que esse era o melhor cronograma possível. O Ministério da Saúde garante que todos os pais que quiserem vacinar terão vacinas”, diz a íntegra da publicação do ministro da Saúde.

No evento em São Paulo, Doria classificou o início da imunização do público infantil como um “momento histórico”. “Praticamente há um ano, no dia 17 de janeiro, vacinamos aqui a primeira pessoa brasileira, a enfermeira Mônica Calazans. Essa foi a enfermeira que deu a vacina na Mônica. E a Jéssica vai dar também a primeira vacina do Brasil a uma criança, que é este jovem, da etnia Xavante, a primeira criança brasileira a receber a vacina da Pfizer para a sua imunização. É um momento histórico para o Brasil. No mesmo local, no Hospital das Clínicas, onde vacinamos uma enfermeira, negra, mulher, a Mônica, no dia 17 de janeiro, praticamente um ano depois, estamos vacinando a primeira criança, da etnia Xavante, que está em tratamento aqui em São Paulo, mora em Piracicaba, e que está aqui para receber a vacina”, disse o tucano.

Como a Jovem Pan mostrou, esta não é a primeira vez que Queiroga e Doria trocam farpas em razão da vacinação de crianças. Na antevéspera de Natal, o ministro da Saúde disse que o número de mortes do público infantil não implicava em “decisões emergenciais” do governo Bolsonaro. O tucano rebateu: “Não há patamar aceitável de óbitos para crianças, Marcelo Queiroga. Isso é crime. Vacinas salvam crianças e adultos. Salvam até os loucos negacionistas”. Em resposta, o titular da pasta afirmou que a gestão do governador era “medíocre”.

Vacinação infantil

A Anvisa autorizou a aplicação da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos no dia 16 de dezembro, mas o governo Bolsonaro resistiu a dar início à campanha de vacinação do público infantil. No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em sua live semanal, que divulgaria o nome dos técnicos do órgão responsável pela decisão. “Eu pedi, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de cinco anos, queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento quem são essas pessoas e obviamente forme seu juízo”, disse. O chefe do Executivo federal também defendia a obrigatoriedade de prescrição médica para imunizar as crianças. Por decisão de Queiroga, o Ministério da Saúde realizou uma consulta pública para definir as diretrizes da campanha. No último dia 4, a secretária-extraordinária de Enfrentamento à Covid-1, Rosana Leite de Melo, anunciou que a maioria das pouco mais de 99 mil pessoas ouvidas foi contrária à exigência da prescrição e à compulsoriedade da vacinação.

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