Relatório da PF aponta que intenção de Eduardo Bolsonaro não era anistia para todos, mas salvar o pai

Áudios foram obtidos do celular de Jair Bolsonaro e ajudam no inquérito que investiga a tentativa do ex-presidente de interferir no processo sobre a suposta trama golpista no STF

  • Por Jovem Pan
  • 20/08/2025 20h22 - Atualizado em 20/08/2025 20h26
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Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo eduardo bolsonaro Em mensagem de áudio, deputado disse ao pai que se 'anistia light' passar, EUA 'não vão mais ajudar'

Com base em diálogos extraídos do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Polícia Federal (PF) concluiu que a movimentação de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos, tinha como objetivo principal a busca por impunidade para o pai, e não uma anistia ampla para os condenados pelos atos de 8 de Janeiro de 2023. A informação consta no inquérito que investiga a tentativa do ex-presidente de interferir no processo sobre a suposta trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF).

Um relatório da Polícia Federal, que transcreve conversas de 7 de julho, aponta que as mensagens de Eduardo ao pai “evidenciam que a real intenção dos investigados não seria uma anistia para os condenados pelos atos golpistas […] mas sim, interesses pessoais, no sentido de obter uma condição de impunidade de Jair Bolsonaro na ação penal em curso por tentativa de golpe de Estado”.

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A investigação resultou no indiciamento de Jair e Eduardo Bolsonaro pela PF pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de obstrução do exercício dos poderes constitucionais. Segundo a apuração, Eduardo Bolsonaro atuou junto a autoridades norte-americanas para tentar obter sanções contra agentes públicos brasileiros, sob a alegação de que seu pai seria vítima de perseguição política.

As investigações sobre a tentativa de interferir no julgamento levaram à imposição de medidas cautelares ao ex-presidente pelo ministro Alexandre de Moraes. Após o descumprimento dessas medidas, como a publicação de conteúdos em redes sociais de seus filhos, Moraes decretou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro em 4 de agosto. O julgamento de Bolsonaro e outros réus na ação penal sobre a trama golpista está previsto para começar no dia 2 de setembro.

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