Ricardo Barros reforça pedido para depor à CPI da Covid-19: ‘Não podem sequestrar a minha honra’

Segundo o deputado Luis Miranda, o presidente Jair Bolsonaro teria citado o líder do governo na Câmara como ‘dono do rolo’ envolvendo a compra da vacina Covaxin

  • Por Jovem Pan
  • 04/07/2021 19h29
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Ricardo Barros em sessão da Câmara dos Deputados

Líder do governo do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR) reforçou o pedido para ser ouvido na CPI da Covid-19 na quinta-feira, 8. Em um vídeo publicado em seu perfil oficial no Twitter, o deputado federal afirma que a comissão não pode “sequestrar” a sua honra “e a de quem quer que seja”. Na sexta-feira, 25, em depoimento à comissão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) disse que o chefe do Executivo federal apontou Barros como “dono do rolo” envolvendo a compra da vacina Covaxin. De acordo com o parlamentar, em reunião no Palácio da Alvorada, no dia 20 de março, ele e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, chefe de importação do do Ministério da Saúde, apontaram irregularidades no processo de aquisição do imunizante indiano.

“O Supremo Tribunal Federal mandou instalar a CPI da pandemia. Fui convidado para estar lá no dia 8 de julho, aceitei o convite e foi desmarcada a minha fala sem nenhuma justificativa. A CPI não pode sequestrar a minha honra e a de quem quer que seja. Peço ao Supremo Tribunal Federal que garanta que eu possa defender a minha honra, dizer que não tenho nada a ver com a Covaxin e que ajo no interesse do brasil. Peço aos senadores que aceitem a minha oportunidade de me defender”, diz Barros. Como a Jovem Pan mostrou, o líder do governo na Câmara entrou com um mandado de segurança no STF pedindo que seu depoimento seja mantido para a quinta-feira, 8 – segundo o calendário divulgado neste domingo, 4, os senadores vão ouvir Francielli Fantinato, ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunização (PNI), que pediu exoneração no dia 30 de junho. Ao deixar o cargo, ela negou pressão do governo, mas fez duras críticas aos atrasos do cronograma de entrega de vacinas e às declarações do presidente Jair Bolsonaro contra a vacinação da população.

O caso Covaxin é o principal foco das investigação da CPI da Covid-19 neste momento. Em entrevista à Jovem Pan, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), suplente da comissão, afirmou que, depois de a comissão comprovar a existência do gabinete paralelo de assessoramento ao presidente Jair Bolsonaro, a negligência na compra de vacinas e a ausência de uma campanha de conscientização da população brasileira, os parlamentares querem esclarecer se houve corrupção na compra de vacinas. “O gabinete paralelo, a negligência na compra de vacinas, a ausência de campanha de conscientização. Isso está comprovado. Agora surge a eventual corrupção e isso merece apuração, porque é grave. Mas é preciso não esquecer os fatos já provados, as ações e omissões, que estão na essência do requerimento de criação desta CPI”, disse à reportagem.

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