‘Te amo’: investigações da PF apontam elo entre Belo, Bacellar e desembargador
Apesar de terem sido identificadas pela PF, as mensagens do artista não revelam nenhuma conduta ilícita.
Investigações da Polícia Federal (PF) apontam que o encontro entre o deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil) e o desembargados Macário Ramos Judice Neto não foi casual e que eles tinham uma relação pessoal com o cantor Marcelo Pires Vieira, conhecido como Belo. “Eu te amo. Mesmo vc me abandonando, tá” e “Beijos para você e para nossa família” são algumas das mensagens de agosto enviadas por Belo à Bacellar, que chama o artista de “irmão”.
Apesar de terem sido identificadas pela PF, as mensagens do artista não revelam nenhuma conduta ilícita.
Além das conversas com Belo, a PF também resgatou diálogos entre o deputado e o desembargador. “Vc é irmão de vida” e “Não se desgaste por nada porque o melhor não temos irmão que é amizade para vida e reciprocidade”, diz uma das mensagens, datada de 23 de outubro de 2025, e enviada de Bacellar para Macário.
“Me liga” e “Foi positiva a conversa”, são as respostas dada pelo desembargador ao deputado, segundo as investigações da PF, que também apontam que os dois teriam se encontrado presencialmente na Churrascaria Assador, no Aterro do Flamengo, na véspera da deflagração da Operação Zargun, em 3 de setembro de 2025.
Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e deputado estadual pelo União Brasil, foi preso preventivamente no dia 3 de dezembro pela Polícia Federal em operação chamada Unha e Carne. Ele é suspeito de vazar informações sigilosas de outra operação, a Zargun, que prendeu o deputado estadual TH Joias em setembro.
No dia 3 de dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou soltar Bacellar após decisão da Alerj e determinou que o deputado estadual seja afastado do cargo durante sua investigação.
Na manhã desta terça-feira (16), a PF prendeu o desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). A prisão ocorreu na residência do magistrado, localizada na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, durante a segunda fase da Operação Unha e Carne. Macário foi o responsável por expedir o mandado de prisão contra o então deputado TH Joias na operação original.
TH Joias e outras 14 pessoas foram presas no dia 3 de setembro durante a Operação Zargun, realizada pela PF e Ministério Público do Rio (MPRJ). O ex-deputado estadual parlamentar foi preso num condomínio de luxo, na Barra da Tijuca, zona sudoeste da cidade, e é acusado de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção e negociação de armas para o Comando Vermelho.


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