‘Tinha vontade de voltar a ser deputado para falar o que penso da CPI’, diz Bolsonaro

Presidente criticou posicionamento do relator Renan Calheiros e considerou que comissão é um ‘circo’ que não investigará desvios de recursos enviados pela União aos Estados

  • Por Jovem Pan
  • 20/05/2021 20h48 - Atualizado em 20/05/2021 21h35
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WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO O presidente da república, Jair Bolsonaro, durante cerimônia em Brasília Presidente fez transmissão ao vivo nesta quinta-feira

Durante live realizada nesta quinta-feira, 20, o presidente Jair Bolsonaro comentou a transmissão de trechos da CPI da Covid-19 feita pelo programa “Os Pingos Nos Is”, da Jovem Pan, e criticou mais uma vez o posicionamento do relator, senador Renan Calheiros (MDB), na condução da comissão. “Fiquei sabendo que o Pazuello foi muito bem, mas a CPI continua sendo um vexame nacional. Não querem saber de desvio de recurso, querem falar sobre aquele negócio que o pessoal usa para combater a malária”, criticou. Bolsonaro também chamou a CPI de “circo”, afirmou que alguns dos senadores têm sido “capitaneados” por Calheiros e, sem citar nomes, voltou a defender o uso da cloroquina, medicamento ainda sem comprovação científica, para tratar a doença. “O Brasil é o país da hipocrisia, a começar por essa CPI. Tinha vontade de voltar a ser deputado para falar o que eu penso aí. Não pega bem eu falar em especial do relator da CPI. Um vexame, ele foi realmente bem intitulado pelo senador Flávio Bolsonaro na semana passada”, afirmou.

Na última semana, Flávio, que é senador e filho do presidente, chamou Calheiros de “vagabundo” enquanto o alagoano ameaçava prender o secretário Fábio Wajngarten, que prestava depoimento à CPI. Na live desta quinta, Bolsonaro evitou disparar nomes pejorativos em relação a Renan, mas disse que todos aqueles que acompanhavam o voto do relator na CPI formavam uma “súcia” e um coletivo de “desonestos”. Bolsonaro também reconheceu o aumento nos preços no país e voltou a responsabilizar a “política do fique em casa” pelos problemas econômicos do Brasil. Ele lembrou que trabalhadores na informalidade sofrem com a pandemia, mas apontou pontos que seriam positivos na administração da crise pelo governo federal. “O emprego formal, de carteira assinada, poucos perderam. Poucos não, não houve perda de emprego. Nós terminamos 2020 com mais empregados do que em 2019, e atualmente, em 2021, temos mais de 600 mil empregos criados.”

O presidente também criticou os Estados por demandarem forças policiais para impor medidas de restrição para evitar a propagação da pandemia e voltou a defender a abertura de comércios e outras atividades no Brasil. “O meu Exército pode ir para a rua sim um dia, para garantir a liberdade, garantir o direito de ir e vir, a liberdade de culto. Ao trabalho. Aí sim, porque aí é jogar dentro das quatro linhas da Constituição. Porque o Exército brasileiro, a Marinha e a Aeronáutica são leais à nossa Constituição. E temos aí o artigo quinto, que é a cláusula pétrea e não pode ser alterada por ninguém”, afirmou. A transmissão desta quinta foi realizada na cidade de Imperatriz, no Maranhão, onde Bolsonaro participou de uma cerimônia alusiva à liberação de uma ponte. Nesta sexta, ele segue cumprindo agenda no Estado e fará a entrega de títulos de propriedades rurais na cidade de Açailândia.

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