Trocas na vice-liderança do governo dão mais espaço ao Centrão

Mudança faz parte da estratégia do Palácio do Planalto em busca de votos para aprovar projetos importantes para o Executivo, como o Renda Cidadã e a reforma tributária

  • Por André Siqueira
  • 30/09/2020 11h17 - Atualizado em 30/09/2020 15h46
Marcos Corrêa/PR Trocas foram oficializadas no Diário Oficial da União desta quarta-feira

O presidente Jair Bolsonaro trocou, nesta quarta-feira, 30, dez vice-líderes de seu governo na Câmara dos Deputados. As novas nomeações foram oficializadas na edição do Diário Oficial da União. Na prática, a medida substitui parlamentares da ala bolsonarista do PSL, como Carla Zambelli (SP), por políticos do chamado Centrão, grupo que tem se aproximado cada vez mais do Palácio do Planalto. De acordo com a liderança do governo, partidos da base aliada indicaram um vice-líder através dos líderes dessas legendas. O aceno faz parte do esforço do Executivo em busca de mais votos para aprovar projetos considerados vitais para o governo, como a criação do Renda Cidadã, programa social que substituirá o Bolsa Família, e a reforma tributária.

Foram nomeados os deputados federais Luiz Lima (PSL-RJ), Giovani Cherini (PL-RS), Joaquim Passarinho (PSD-PA), Alberto Neto (Republicanos-AM), Greyce Elias (Avante-MG), Gustinho Ribeiro (Solidariedade-SE), Marreca Filho (Patriota-MA), Carla Dickson (PROS-RN), Paulo Azi (DEM-BA) e Lucio Mosquini (MDB-RO). Os parlamentares substituíram Aline Sleutjes (PSL-PR), Carla Zambelli (PSL-SP), Carlos Jordy (PSL-RJ), Caroline de Toni (PSL-SC), Coronel Armando (PSL-SC), Diego Garcia (Podemos-PR), Eros Biondini (PROS-MG) e Guilherme Derrite (PP-SP). Foram reconduzidos ao cargo os deputados Aluisio Mendes (PSC-MA), Evair Vieira de Melo (PP-ES) e José Medeiros (Podemos-MT).

A resistência de uma parcela das lideranças do Congresso foi um dos motivos pelos quais o governo desistiu de encaminhar a segunda etapa da reforma tributária ainda este ano. A criação de um novo imposto sobre transações financeiras, nos moldes da antiga CPMF, é o principal ponto de discordância. O texto, que deveria ser apresentado nesta semana, não venceu a resistência dos membros do Legislativo e ficará engavetado até o próximo ano para que a equipe do governo concentre os esforços na aprovação das PECs do Pacto Federativo e Emergencial, responsáveis pela criação do Renda Cidadã – a expectativa é que o antigo Renda Brasil estreie em janeiro, ao término do pagamento do auxílio emergencial.

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