Prefeito cria polêmica ao proibir árabes de construir abrigos em creches

  • Por Agencia EFE
  • 20/11/2014 12h20
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Jerusalém, 20 nov (EFE). – O prefeito da cidade israelense de Ashkelon, Itamar Shimoni, gerou polêmica ao anunciar a proibição da construção de abrigos anti-aéreos por trabalhadores árabes em creches da cidade e colocar guardas nas obras em que eles trabalham, informou a imprensa local.

O político argumentou que baseou sua decisão na crescente tensão vivida na região, o que provocou duras críticas por parte de deputados de esquerda e árabes, que tacharam a medida de racista e ilegal.

Shimoni informou que guardas armados também serão colocados nas creches próximas às construções nessa cidade do sul do Israel. De acordo com o prefeito, a decisão foi adotada em parceria com a polícia de Ashkelon, e um doador aceitou financiar o custo da segurança nas pré-escolas.

Em comunicado em seu perfil no Facebook, Shimoni escreveu: “Apesar do desdobramento de guardas é responsabilidade do Ministério da Segurança Pública, decidir colocar seguranças em cada centro pré-escolar próximo a obras que empregam trabalhadores árabes, a partir de amanhã de manhã (hoje).”

“Nas creches onde trabalhadores árabes constroem refúgios estão suspensos o trabalho até novo aviso”, acrescentou.

Issawi Frej, deputado do partido esquerdista Meretz, pediu na rádio pública israelense que o prefeito interrompa sua decisão, e qualificou a medida de “racista” e de haver utilizado “essa pobre desculpa para limpar a cidade de árabes”.

Por sua vez, o legislador Ahmed Tibi, do partido Lista Árabe Unida, respondeu que o prefeito “deveria ser julgado por racismo”.

O trabalhista Nachman Shai concordou que a ordem era ilegal e disse que devia ser imediatamente rescindida.

Israel reforçou a segurança em Jerusalém por causa do ataque contra uma sinagoga na terça-feira no qual cinco pessoas morreram, após meses de grande tensão entre judeus e palestinos. EFE

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