Prefeitura de SP nega critério político em vetos de Haddad
O prefeito Fernando Haddad (PT) vetou 230 projetos de vereadores já aprovados pela Câmara Municipal desde que assumiu a Prefeitura – quatro, em média, para cada um dos 55 parlamentares. O porcentual de propostas rejeitadas na íntegra é de 24%, segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com dados de janeiro de 2013 a julho deste ano. É quase o dobro da marca alcançada nos quatro anos da gestão Gilberto Kassab (PSD), quando foram barrados 105 projetos, ou 13% do total.
O secretário municipal de Relações Governamentais, José Américo (PT), diz que o governo gostaria que o número de vetos fosse menor, mas garantiu que as decisões tomadas são necessárias por critérios técnicos. “Posso assegurar que nunca houve nenhum tipo de juízo político. Tanto isso é verdade que há projetos meus e do líder de governo (Arselino Tatto) nessa lista. Às vezes, o prefeito até concorda com o conteúdo da proposta, mas a Procuradoria orienta o veto”, ressalta.
O petista nega falta de diálogo com a Câmara Municipal – Américo foi vereador e presidente da Casa durante os dois primeiros anos de Haddad na Prefeitura. “O canal está aberto”, assegura.
Para o cientista político Marco Antonio Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas (FVG-SP), porém, a quantidade de vetos escancara a dificuldade de o governo se articular com a Câmara, apesar de ter conseguido aprovar, de 2013 para cá, projetos importantes, como as revisões do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento.
“O prefeito não fez um pacto com os vereadores, para o bem ou para o mal. Mas é preciso lembrar que a Câmara é uma casa política, de negociação. E, nesse sentido, o diálogo deve ocorrer para o desenvolvimento da cidade”, afirma.
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